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O que ficou decidido entre China e EUA em Genebra? Veja os detalhes da trégua comercial

Após intensas negociações realizadas em Genebra, China e Estados Unidos anunciaram nesta segunda-feira (12) um acordo que marca uma pausa significativa na disputa comercial entre os dois países. O entendimento prevê a reversão de parte substancial das tarifas e contramedidas aplicadas nos últimos meses, com mudanças entrando em vigor até quarta-feira (15).

Redução mútua de tarifas

Pelo acordo, os Estados Unidos irão reduzir as tarifas extras aplicadas à China neste ano, passando de 145% para 30%. Por sua vez, a China cortará suas tarifas de 125% para 10%. Essas reduções abrangem medidas adotadas recentemente, mas deixam de fora tarifas anteriores a 2 de abril, muitas das quais foram impostas ainda no primeiro mandato do ex-presidente Donald Trump.

Embora o acordo represente um alívio, algumas restrições permanecem. Entre elas, está a manutenção da política dos EUA que limita isenções tarifárias para encomendas de baixo valor, conhecida como a regra “de minimis”.

Ajustes em decretos e escalada recente

Washington também se comprometeu a revisar três decretos que impuseram tarifas extras de até 115% sobre produtos chineses. Um dos principais pontos é a redução das chamadas tarifas do “Dia da Libertação”, que passarão de 34% para 10% durante um período de 90 dias. Além disso, os Estados Unidos concordaram em retirar todas as tarifas impostas na fase mais recente da escalada comercial.

Em resposta, a China eliminará suas tarifas adicionais impostas desde 2 de abril, mantendo apenas uma taxa residual de 10%. Ainda assim, os produtos chineses continuam sujeitos a uma carga tarifária de 30% quando somadas as tarifas anteriores e outras medidas específicas, como aquelas aplicadas ao fentanil.

Restrições setoriais e contramedidas

Certos setores continuarão sob pressão. Produtos chineses como veículos elétricos, aço e alumínio ainda enfrentam tarifas específicas implementadas nos últimos anos. A China, por sua vez, comprometeu-se a remover medidas não tarifárias adotadas em retaliação desde abril, embora os detalhes sobre a reversão dessas ações ainda estejam indefinidos.

Entre as ações recentes da China que podem ser revistas estão a adição de terras raras à lista de exportações controladas e a abertura de uma investigação antidumping contra operações da empresa americana DuPont no país.

Conclusão

O acordo alcançado em Genebra representa um avanço no processo de distensão entre China e Estados Unidos, com a suspensão de tarifas e medidas que vinham agravando as tensões comerciais bilaterais. No entanto, a manutenção de restrições anteriores e de tarifas setoriais mostra que o caminho para uma normalização completa das relações ainda será gradual e repleto de desafios.

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