Mesmo Com Promessa de Alívio no Churrasco, Preço da Picanha Sobe 15% em Um Ano
Nos últimos 12 meses, o valor da picanha apresentou um aumento de 15% no mercado brasileiro, contrariando expectativas geradas por promessas políticas anteriores que indicavam uma possível retomada do consumo popular da carne mais simbólica dos churrascos nacionais. O cenário atual impõe novos desafios ao bolso dos consumidores, especialmente em datas comemorativas, quando o tradicional corte bovino costuma ser presença certa nas mesas.
Alta da Picanha Surpreende Consumidores
Apesar de esperanças depositadas em um período de estabilidade alimentar, a realidade encontrada pelos brasileiros nos supermercados tem sido outra. A alta no preço da picanha reflete uma série de fatores estruturais e conjunturais que pressionaram o custo do produto ao longo do ano. A carne, considerada nobre, acabou se tornando ainda mais inacessível para grande parte da população.
O valor médio do quilo da picanha atingiu patamares superiores a R$ 77, consolidando-se como um item de consumo menos frequente. Em comparação com o ano anterior, o aumento representa um acréscimo de quase R$ 10 por quilo, pesando de forma significativa no orçamento das famílias.
Produção e Exportações Influenciam no Custo
Entre as principais causas para esse aumento estão as condições climáticas adversas que afetaram a produção de pastagens e impactaram a oferta de gado no mercado interno. O cenário de seca prolongada em diversas regiões produtoras contribuiu para reduzir a produtividade e elevar os custos de criação.
Além disso, a valorização do dólar frente ao real incentivou o aumento das exportações de carne bovina, o que reduziu a oferta no mercado doméstico. Com menos produto disponível para o consumo interno, os preços subiram de maneira consistente ao longo do ano.
Outros Cortes Também Acompanham a Alta
A elevação do preço da picanha não é um fenômeno isolado. Outros cortes populares também apresentaram aumentos expressivos. O filé mignon registrou uma alta próxima de 17%, o pernil teve variação semelhante e o lombo de porco também ficou mais caro. Isso indica uma tendência generalizada de aumento no custo das proteínas animais no Brasil, afetando consumidores de diferentes perfis socioeconômicos.
Impactos no Consumo Popular
Com o preço da carne mais elevado, muitas famílias têm adaptado seus hábitos alimentares, substituindo cortes tradicionais por opções mais baratas ou mesmo reduzindo o consumo de carne vermelha. Essa mudança reflete diretamente nos padrões de consumo do país, além de influenciar outros setores, como o de restaurantes e alimentação fora de casa, que também sentem o impacto no custo dos insumos.
Perspectivas Para os Próximos Meses
Especialistas do setor não descartam a possibilidade de novas altas, caso as condições atuais se mantenham. A escassez de oferta interna, aliada a uma demanda externa aquecida e custos logísticos elevados, pode continuar pressionando os preços. A ausência de medidas efetivas para conter a inflação dos alimentos torna o cenário ainda mais desafiador.
Por ora, a realidade imposta ao consumidor é clara: mesmo com o discurso de retorno do churrasco ao cotidiano das famílias, a picanha continua sendo um produto de luxo para muitos, e o alívio no bolso prometido ainda parece distante.