Economia

Copom reconheceu não saber onde vai a Selic em junho, e mercado gostou

Na última ata divulgada pelo Comitê de Política Monetária (Copom), o Banco Central surpreendeu ao admitir, de forma rara, incertezas sobre os próximos passos da taxa Selic — atualmente em 10,50% ao ano. Em vez de sinalizar uma trajetória clara para a política monetária, o comitê adotou um tom mais cauteloso e reconheceu que “não há compromisso” com o rumo da taxa em junho.

Essa postura de maior flexibilidade, longe de gerar insegurança, foi bem recebida pelo mercado financeiro. Investidores viram na mensagem um sinal de que o BC está disposto a reagir com pragmatismo diante de uma conjuntura econômica ainda instável, marcada por dúvidas sobre inflação, atividade econômica e o cenário fiscal.

Por que o mercado gostou?

A sinalização de que o Copom está mais aberto aos dados — e menos preso a uma trajetória previamente definida — foi lida como uma resposta madura ao aumento das incertezas. A inflação segue resistente em alguns setores, enquanto a atividade econômica dá sinais mistos. Nesse cenário, manter todas as opções sobre a mesa foi interpretado como sensatez.

Além disso, a ata mostrou que o comitê está atento aos riscos externos, como os juros altos nos Estados Unidos, e internos, como o avanço de pautas fiscais no Congresso. A flexibilidade no discurso dá ao BC espaço para manter ou até elevar a Selic, caso necessário, sem comprometer sua credibilidade.

Expectativas para junho

Com a nova postura, economistas passaram a considerar mais seriamente a possibilidade de manutenção da Selic na próxima reunião, ou até mesmo um aumento, dependendo do comportamento da inflação e das condições do mercado até lá. O cenário anterior, que previa cortes graduais, está sendo revisto.

Apesar da incerteza, a mensagem do Copom foi clara: o Banco Central está vigilante e pronto para agir. E, no atual contexto, isso foi o bastante para acalmar os mercados.

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