Roubo de Ozempic, Wegovy e cosméticos afetou lucro da Raia Drogasil
O aumento expressivo nos casos de roubo e furto de medicamentos e cosméticos de alto valor, como Ozempic e Wegovy, impactou diretamente o desempenho financeiro da Raia Drogasil no último trimestre. A rede, uma das maiores do setor farmacêutico no Brasil, reportou uma queda inesperada em seus lucros, atribuindo parte desse resultado às perdas com esses crimes.
Segundo o balanço divulgado, a companhia enfrentou um crescimento considerável nos prejuízos relacionados a furtos de produtos considerados de “alto desejo” no mercado, como os medicamentos à base de semaglutida — usados no tratamento de diabetes tipo 2, mas também populares fora da bula, especialmente para controle de peso.
Cosméticos importados e itens de beleza premium também estão entre os mais visados. A combinação de pequeno volume, alto valor e grande demanda tem transformado esses produtos em alvos recorrentes de quadrilhas especializadas.
“Temos reforçado os sistemas de segurança, investido em vigilância e tecnologia de monitoramento, mas o desafio é crescente”, declarou um executivo da companhia durante apresentação dos resultados aos investidores.
O Ozempic e o Wegovy, além de caros, têm enfrentado escassez global, o que aumenta ainda mais seu valor no mercado informal. Esse cenário tem pressionado redes de farmácias a adotar medidas mais rigorosas de controle de estoque e exposição de produtos.
Apesar da retração nos lucros, a Raia Drogasil manteve crescimento nas vendas brutas e aposta em uma recuperação nos próximos trimestres, com ajustes operacionais e ações preventivas para reduzir o impacto das perdas.
A situação também acende um alerta para o setor como um todo, que já começa a discutir estratégias conjuntas para combater o avanço do crime organizado sobre os produtos farmacêuticos.