Banco Central eleva Selic a 14,75% ao ano, o maior nível desde 2006
Em uma decisão já esperada pelos analistas, o Banco Central anunciou nesta quarta-feira a elevação da taxa básica de juros (Selic) para 14,75% ao ano. Com isso, o Brasil volta a registrar o maior patamar da Selic desde setembro de 2006, refletindo os esforços da autoridade monetária para conter a inflação persistente que pressiona a economia.
A alta de 0,50 ponto percentual foi decidida pelo Comitê de Política Monetária (Copom), que justificou a medida com base no cenário inflacionário desafiador e nas incertezas do ambiente global. O comunicado divulgado após a reunião destacou que a manutenção da credibilidade da política monetária é essencial para ancorar as expectativas do mercado.
“A inflação segue elevada e disseminada entre os diversos setores da economia. O Copom entende que a elevação da taxa é necessária para garantir a convergência da inflação à meta no horizonte relevante”, disse o Banco Central em nota.
Com a nova alta, o crédito tende a ficar mais caro, o que impacta diretamente consumidores e empresas. Em contrapartida, a medida busca desacelerar o consumo e, consequentemente, reduzir a pressão sobre os preços. Especialistas apontam que os efeitos da Selic mais alta devem ser sentidos de forma mais intensa nos próximos meses, com desaceleração do crescimento e impactos sobre o mercado de trabalho.
Apesar disso, o Copom sinalizou que pode manter os juros nesse patamar por um período prolongado, caso não haja sinais claros de recuo da inflação. O cenário internacional, marcado por juros elevados em países desenvolvidos e tensões geopolíticas, também pesa nas decisões da política monetária brasileira.
O mercado agora volta suas atenções para os próximos indicadores econômicos e para a postura futura do Banco Central, em um momento em que o país busca equilibrar o controle da inflação com a retomada do crescimento.