PDT esquece as culpas de Lupi e sonega desculpas a aposentados
O Partido Democrático Trabalhista (PDT), historicamente associado à defesa dos direitos dos trabalhadores e aposentados, tem sido alvo de críticas por evitar discutir as polêmicas envolvendo seu presidente nacional, Carlos Lupi, especialmente no que diz respeito à condução do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), órgão que ele atualmente comanda como ministro da Previdência.
Desde que assumiu o posto, Lupi tem sido acusado por entidades e especialistas de má gestão, lentidão na análise de benefícios e falhas no atendimento aos segurados. O acúmulo de pedidos parados, filas virtuais e demora nas perícias médicas são alguns dos principais pontos de insatisfação entre os aposentados e pensionistas, que esperavam melhorias concretas com a promessa de uma gestão mais humana.
Apesar das crescentes queixas, o PDT parece optar pelo silêncio. O partido, que outrora ergueu bandeiras históricas em defesa do trabalhador, tem se mantido distante de qualquer autocrítica ou gesto de empatia com os prejudicados. Para muitos analistas, o silêncio é visto como uma tentativa de blindar Lupi e preservar a imagem da sigla diante de um cenário político já desgastado.
Organizações de aposentados também cobram explicações e, principalmente, desculpas — que até agora não vieram. “Não estamos pedindo milagres, mas sim respeito. O mínimo seria reconhecer os erros e pedir desculpas pelos transtornos causados”, afirmou um representante da Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas.
Com as eleições municipais se aproximando, o comportamento do PDT pode ter um preço alto. A falta de posicionamento diante dos problemas enfrentados por milhões de brasileiros aposentados contrasta com o discurso histórico da legenda, fundada por Leonel Brizola e ligada aos ideais trabalhistas de Getúlio Vargas.
O silêncio pode até ser estratégico, mas o eleitor aposentado — historicamente fiel ao PDT — parece não ter esquecido.