Governo minimiza pressão por CPI do INSS e vê PDT ainda alinhado à base
O Palácio do Planalto tem adotado uma postura cautelosa, mas confiante, diante da movimentação pela criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a fila de espera no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Integrantes do núcleo político avaliam que não há necessidade de uma investigação parlamentar no momento, já que o governo tem implementado medidas para reduzir o tempo de concessão de benefícios.
Nos bastidores, a avaliação é de que a iniciativa tem mais apelo político do que técnico, e seria alimentada por setores da oposição. Apesar disso, o Planalto acompanha com atenção o movimento de parlamentares da base que assinaram o pedido de CPI, incluindo nomes do PDT.
A preocupação, no entanto, não é com uma possível ruptura com o partido. Interlocutores do presidente Lula dizem acreditar que o PDT seguirá no campo governista, mesmo com divergências pontuais. A legenda tem ministérios e cargos importantes no governo, como o comando do Ministério do Trabalho, atualmente ocupado por Luiz Marinho (PT), mas que tem diálogo constante com pedetistas.
Líderes do governo no Congresso defendem que as soluções para o problema do INSS estão sendo tratadas com reforço de equipes, mutirões e digitalização de processos, e que uma CPI agora poderia ser um “fato político contraproducente”. “Não há crise no INSS, há um desafio histórico sendo enfrentado com ações concretas”, disse um assessor da Casa Civil sob condição de anonimato.
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), ainda não deu sinais claros se levará o pedido adiante, mas o Planalto acredita que a movimentação não terá força suficiente para prosperar.