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Após denúncias de fraudes contra aposentados, ministro Carlos Lupi entrega cargo e deixa governo

O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, pediu demissão do cargo nesta sexta-feira (2) após a revelação de um esquema de fraudes que afetava diretamente aposentados e pensionistas. A decisão foi tomada em meio à crescente pressão política e à repercussão negativa envolvendo seu nome no escândalo.

Segundo apurações de órgãos de controle, a fraude envolvia concessões indevidas de benefícios, pagamentos irregulares e parcerias suspeitas com empresas intermediadoras de crédito consignado. A atuação do ministério sob comando de Lupi é alvo de investigação da Controladoria-Geral da União (CGU) e do Tribunal de Contas da União (TCU), além de inquéritos abertos pela Polícia Federal.

A saída de Lupi representa um baque para o governo, já que ele era uma figura histórica do PDT e ocupava uma posição de destaque na articulação com a base aliada. Em nota oficial, o ex-ministro afirmou que “deixa o cargo para garantir a lisura das investigações” e negou qualquer envolvimento pessoal com o esquema. “Minha consciência está tranquila, mas não posso permitir que o ministério seja prejudicado por acusações que ainda estão sendo apuradas”, escreveu.

Fontes ligadas ao Palácio do Planalto afirmam que o presidente Lula recebeu o pedido de demissão com pesar, mas entendeu que a permanência de Lupi se tornou insustentável diante da gravidade das acusações.

Ainda não há definição oficial sobre quem assumirá o comando da pasta. Enquanto isso, o secretário-executivo da Previdência, Wolney Queiroz, deve responder interinamente.

O escândalo reacende o debate sobre a transparência nos processos de concessão de benefícios previdenciários e o controle sobre as operações de crédito destinadas a aposentados, um dos segmentos mais vulneráveis a abusos financeiros no país.

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