Novo ministro de Lula empregou primo da esposa na Telebras e é réu em ação
O novo ministro nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrenta seus primeiros questionamentos antes mesmo de consolidar sua atuação no cargo. Segundo informações apuradas por veículos de imprensa, ele empregou um parente por afinidade — o primo de sua esposa — em um cargo comissionado na Telebras, estatal vinculada ao Ministério das Comunicações. Além disso, o ministro é réu em uma ação judicial por improbidade administrativa.
A nomeação do parente ocorreu durante a gestão do ministro como dirigente da empresa pública, o que levanta suspeitas de nepotismo cruzado, prática em que familiares ou parentes de pessoas influentes são favorecidos em nomeações dentro do setor público. A legislação brasileira e decisões do Supremo Tribunal Federal proíbem essa conduta, mesmo quando o vínculo é por afinidade.
Questionamentos no governo e oposição atenta
A nomeação gerou desconforto nos bastidores do Palácio do Planalto. Assessores próximos ao presidente Lula defendem cautela na condução do caso, temendo que mais revelações possam comprometer o discurso de ética e transparência defendido pela gestão petista. A oposição, por sua vez, já articula pedidos de explicações formais e promete acionar o Ministério Público para investigar eventuais irregularidades.
Parlamentares da oposição classificaram o episódio como um “retrocesso moral” e afirmam que a situação pode comprometer a imagem do governo caso não haja uma resposta firme. “Não se pode falar em combate ao clientelismo enquanto se repete práticas condenadas no passado”, disse um deputado federal ligado ao bloco oposicionista.
Réu em ação de improbidade
Além do caso de nepotismo, o novo ministro também responde a um processo por improbidade administrativa referente à sua atuação em um cargo público anterior. A ação tramita em segredo de Justiça, mas foi confirmada por fontes do Judiciário. A acusação, segundo apurado, envolve suspeitas de irregularidades em contratos firmados sem licitação durante sua gestão.
Apesar da situação judicial, o ministro tem afirmado que está “tranquilo” e que confia no desfecho favorável da ação. Ele também nega qualquer irregularidade na nomeação do parente por afinidade, afirmando que o funcionário em questão tem “currículo técnico compatível” com o cargo exercido na Telebras.
Reação do Planalto
Até o momento, o presidente Lula não se manifestou diretamente sobre o caso. No entanto, interlocutores afirmam que ele está sendo atualizado sobre o desenrolar da situação e que decisões mais duras não estão descartadas, dependendo da repercussão e de novos desdobramentos. Há um clima de atenção redobrada entre os ministros, principalmente em um cenário de instabilidade econômica e política.
A nomeação controversa ocorre num momento em que o governo tenta reforçar sua base de apoio no Congresso e ao mesmo tempo mostrar responsabilidade com a gestão da máquina pública. A crise envolvendo o novo ministro é vista como mais um obstáculo na tentativa de Lula de manter a governabilidade sem abrir mão de compromissos éticos assumidos publicamente.