Big techs perdem US$ 3,7 trilhões em 2025; Tesla, de Elon Musk, derrete 41%
O ano de 2025 tem sido marcado por forte turbulência no mercado financeiro global, com destaque para as chamadas “big techs”, que já acumulam uma perda conjunta de US$ 3,7 trilhões em valor de mercado. Entre as gigantes mais impactadas está a Tesla, empresa de Elon Musk, que viu suas ações despencarem 41% desde o início do ano.
O recuo generalizado atinge nomes como Apple, Microsoft, Amazon, Alphabet (dona do Google), Meta e Nvidia, além da própria Tesla. O setor, que durante anos liderou os ganhos nas bolsas mundiais, agora vive um momento de correção severa após ciclos de valorização intensa e crescentes preocupações com regulação, juros e desaceleração econômica.
Tesla sente impacto mais profundo
A Tesla tem enfrentado um cenário especialmente delicado. A queda de 41% em suas ações é atribuída a uma combinação de fatores: desaceleração na demanda global por carros elétricos, competição crescente da China — especialmente da BYD — e críticas à gestão de Musk, que também está envolvido em polêmicas e disputas judiciais.
Além disso, analistas apontam que a Tesla perdeu parte de sua vantagem tecnológica, enquanto concorrentes avançam em baterias, automação e novas formas de propulsão. A empresa também sofreu com margens mais apertadas e cortes de preços que impactaram sua lucratividade.
Pressão macroeconômica e regulação
O ambiente macroeconômico contribui para o mau momento das big techs. A perspectiva de juros mais altos por mais tempo nos Estados Unidos tem reduzido o apetite dos investidores por ações de crescimento, como é o caso das empresas de tecnologia. Ao mesmo tempo, regulações mais rígidas na Europa e nos próprios EUA aumentam a incerteza sobre os lucros futuros dessas companhias.
As gigantes também vêm sendo pressionadas por governos e agências antitruste, que questionam práticas comerciais, concentração de mercado e uso de dados. O aumento da fiscalização sobre inteligência artificial, privacidade digital e monopólios digitais tem adicionado um fator de risco para investidores.
Momento de reavaliação
Apesar das perdas expressivas, analistas divergem sobre o futuro das big techs. Alguns acreditam que o setor passa por uma “correção saudável” após anos de forte valorização e que, no médio e longo prazo, continuará sendo dominante na economia global. Outros, no entanto, alertam que a era do crescimento acelerado pode ter ficado para trás.
Para Elon Musk, o desafio é ainda maior: além da Tesla, outras empresas sob seu comando, como a X (antigo Twitter), têm enfrentado dificuldades operacionais, fuga de anunciantes e instabilidade estratégica.
O saldo até agora em 2025 aponta para um momento de inflexão: o mercado digital, antes dominado por um grupo restrito de gigantes, passa por uma redistribuição de forças, com novas empresas ganhando espaço e investidores mais cautelosos diante do futuro.