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Quem é o presidente do INSS afastado em investigação sobre fraude de R$ 6 bilhões

O presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto, foi afastado do cargo nesta quarta-feira (23) em meio à operação “Sem Desconto”, conduzida pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU). A ação investiga um esquema nacional que envolvia a aplicação de descontos não autorizados em aposentadorias e pensões.

Segundo as autoridades, os valores descontados eram direcionados a entidades e sindicatos que representam beneficiários da Previdência. A legislação exige que esse tipo de desconto seja previamente autorizado pelos aposentados e pensionistas, salvo em situações determinadas por decisão judicial — o que não ocorria nos casos investigados.

Outras lideranças também são investigadas

Além de Stefanutto, outros cinco servidores do INSS foram afastados por decisão judicial. Entre os nomes envolvidos está o diretor de Benefícios e Relacionamento com o Cidadão, Vanderlei Barbosa dos Santos, apontado como peça-chave na operação, já que atuava em uma diretoria considerada central para a execução do esquema.

A operação “Sem Desconto” foi deflagrada em diversos estados e no Distrito Federal, e investiga fraudes que podem ter causado prejuízo superior a R$ 6 bilhões ao longo dos últimos anos.

Quem é Alessandro Stefanutto

Alessandro Antônio Stefanutto é bacharel em Direito pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, com especializações em Gestão de Projetos, Mediação e Arbitragem pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), além de mestrado em Gestão e Sistemas de Seguridade Social pela Universidade de Alcalá, na Espanha.

Com passagem pelo Tribunal de Justiça de São Paulo e pela Receita Federal, Stefanutto também atuou na Consultoria Jurídica do Ministério da Ciência e Tecnologia. Entre 2011 e 2017, ocupou o cargo de Procurador-Geral do INSS. Em julho de 2023, assumiu a presidência do instituto, sucedendo Glauco Wamburg.

Ao tomar posse, o órgão enfrentava uma fila de 1,7 milhão de pedidos em análise. Segundo dados mais recentes da Previdência Social, esse número ultrapassou os 2 milhões no fim de 2024.

Conclusão

O afastamento de Alessandro Stefanutto marca um momento delicado para a gestão do INSS, que já vinha enfrentando desafios relacionados ao alto volume de requerimentos e à demora no atendimento aos segurados. Com a operação em curso e a revelação de possíveis fraudes de grande escala, o episódio levanta preocupações sobre a transparência e a fiscalização nos processos internos do instituto. O desenrolar das investigações deve trazer novos desdobramentos sobre a extensão das irregularidades e seus impactos nos cofres públicos e na confiança dos beneficiários.

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