Irmã do papa não o encontrava havia 12 anos e vive cuidada por freiras na Argentina
Enquanto o mundo lamenta a morte do papa Francisco, uma história comovente veio à tona na Argentina: sua irmã mais nova, Maria Elena Bergoglio, de 79 anos, não via o pontífice havia 12 anos. Ela vive em uma casa simples em Córdoba, sob cuidados de freiras, longe dos holofotes e da vida agitada do irmão mais famoso do país.
Maria Elena é a única irmã viva de Jorge Mario Bergoglio, nome de batismo do papa. Discreta e de saúde frágil, ela optou por uma vida reclusa, mantendo-se afastada das aparições públicas desde que o irmão assumiu o papado, em 2013.
Segundo religiosas que cuidam dela, os dois mantinham contato esporádico por cartas e telefonemas, mas o último encontro pessoal aconteceu ainda antes da eleição de Francisco como líder da Igreja Católica.
“Ela sempre rezava por ele e dizia que era um homem de muita coragem. Não se viam há muitos anos, mas o vínculo entre eles era forte, mesmo à distância”, contou uma das irmãs que acompanha Maria Elena.
Escolha por não viajar
Apesar de convites e oportunidades para visitar o irmão no Vaticano, Maria Elena preferiu permanecer na Argentina, por razões de saúde e fé. Em entrevistas passadas, chegou a dizer que não se sentia à vontade com o assédio da imprensa e que preferia manter-se em oração.
“Meu irmão virou papa, mas para mim continua sendo o Jorge. Nunca deixamos de ser irmãos, mesmo com um oceano no meio”, declarou, em uma das raras aparições públicas, em 2014.
Vida simples
Em sua casa modesta, Maria Elena vive cercada de imagens religiosas, retratos antigos da família e lembranças da juventude ao lado de Jorge. A rotina é tranquila, marcada por orações, leituras e conversas com as freiras que a acompanham diariamente.
Com a morte do papa Francisco, ela recebeu a notícia com profunda emoção e silêncio. De acordo com pessoas próximas, Maria Elena ainda não decidiu se irá a Roma para o funeral, mas já enviou um recado ao Vaticano pedindo que ele fosse enterrado “com simplicidade, como ele gostaria”.
A história de Maria Elena é mais um capítulo íntimo na trajetória do papa que conquistou o mundo com sua humildade e que, mesmo distante da família, nunca deixou de ser o irmão mais velho de uma mulher que o chamava de Jorge.