Economia

Governo Lula comete sincericídio ao projetar colapso das contas públicas

Em um gesto que surpreendeu até aliados, o governo Lula assumiu publicamente a possibilidade de um colapso nas contas públicas caso não consiga aprovar medidas fiscais cruciais nos próximos meses. A declaração foi feita pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e rapidamente reverberou no mercado e no meio político, sendo interpretada como um raro “sincericídio” — quando se revela uma verdade inconveniente com potencial de causar mais dano que benefício.

Durante coletiva para apresentar o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2025, Haddad admitiu que o governo poderá descumprir a meta de zerar o déficit fiscal se não houver avanço nas pautas econômicas que tramitam no Congresso. Entre elas estão o projeto de reoneração da folha de pagamento de empresas, a taxação de fundos exclusivos e offshores, além da regulamentação da reforma tributária.

O que foi dito

“A situação é grave. Se as medidas não forem aprovadas, haverá consequências sérias para o equilíbrio das contas públicas”, disse Haddad. O ministro ainda afirmou que “não há mágica” e que a equipe econômica já fez o possível para cortar gastos e aumentar receitas sem comprometer programas sociais.

A declaração soou como um alerta vermelho para o mercado financeiro, que reagiu com queda na Bolsa e alta do dólar e dos juros futuros. Investidores interpretaram o discurso como um reconhecimento de que o governo está sem margem de manobra e depende totalmente da aprovação de medidas impopulares para cumprir o novo arcabouço fiscal.

Reação no Planalto e no Congresso

A sinceridade de Haddad pegou mal dentro do próprio governo. Integrantes da ala política avaliam que o ministro foi “transparente demais” ao apontar o risco de colapso, sem antes preparar o terreno com o Congresso e a sociedade. Parlamentares da oposição aproveitaram para criticar o governo, afirmando que o PT está colhendo os frutos de uma política econômica “incoerente” e marcada por promessas de gastos sociais sem fonte de financiamento clara.

Aliados, por sua vez, admitiram preocupação, mas defenderam Haddad, argumentando que ele precisa do apoio do Legislativo para evitar o pior. “É um aviso: ou ajudamos a viabilizar a política fiscal ou todos pagaremos o preço”, disse um líder governista.

Pressão por corte de gastos

A fala de Haddad reacendeu o debate sobre cortes de despesas. Apesar do esforço para manter programas sociais e investimentos públicos, há pressão crescente por redução de subsídios, revisão de renúncias fiscais e contenção de gastos com funcionalismo.

No entanto, qualquer movimento nessa direção enfrenta forte resistência política, sobretudo no Congresso, que reluta em mexer em benefícios que afetam setores influentes ou categorias organizadas.

Lula tenta desviar o foco

O presidente Lula, por sua vez, tem evitado comentar diretamente o alerta de Haddad. Em entrevistas recentes, ele reforçou a importância do crescimento econômico e da inclusão social, minimizando o risco fiscal e apostando na arrecadação vinda da formalização da economia.

Nos bastidores, assessores presidenciais admitem que o governo entrou num dilema: ajustar as contas ou manter as promessas de campanha — tarefa cada vez mais difícil diante de um cenário político dividido e de um mercado que cobra credibilidade e previsibilidade.

Sinal amarelo para 2025

A confissão do risco fiscal representa mais do que uma dificuldade técnica: expõe a fragilidade de um governo que tenta conciliar agendas contraditórias. Sem uma solução no horizonte próximo, o “sincericídio” de Haddad pode se transformar em uma profecia autorrealizável — e trazer consequências duras para a economia e a governabilidade a partir de 2025.

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