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Músicas criadas por inteligência artificial já correspondem a 18% do catálogo total da Deezer

A presença da inteligência artificial no universo musical continua crescendo em ritmo acelerado. Segundo a plataforma francesa de streaming Deezer, cerca de 18% das músicas disponíveis atualmente no serviço são totalmente geradas por IA. A empresa revelou o dado na quarta-feira (16), destacando a rapidez com que essa tecnologia tem ocupado espaço no mercado.

Crescimento acelerado e desafios regulatórios

De acordo com a Deezer, mais de 20 mil faixas criadas por inteligência artificial são carregadas todos os dias na plataforma — quase o dobro do registrado há apenas quatro meses. Para lidar com esse volume, a empresa lançou em janeiro uma ferramenta capaz de identificar esse tipo de conteúdo e impedir que ele seja priorizado nas recomendações personalizadas para seus 9,7 milhões de assinantes.

“A presença de faixas geradas por IA nas plataformas de streaming só cresce, e não vemos sinais de desaceleração”, afirmou Aurelien Herault, diretor de inovação da Deezer.

Disputas legais no setor musical

O avanço das criações feitas por IA também tem provocado reações jurídicas. Diversas gravadoras, entre elas Universal Music Group, Warner Music Group e Sony Music, abriram processos contra startups que desenvolvem ferramentas musicais com inteligência artificial, como a Suno e a Udio. As acusações giram em torno do uso não autorizado de obras protegidas por direitos autorais no treinamento desses sistemas.

A ferramenta de detecção da Deezer já é capaz de identificar produções realizadas por essas empresas, segundo a própria plataforma.

Artistas protestam contra uso indevido

Além das ações legais, a insatisfação com o uso da IA tem mobilizado figuras importantes da música. Artistas como Billie Eilish, Nicki Minaj e Stevie Wonder assinaram uma carta aberta no ano passado expressando preocupação com os impactos da IA generativa na indústria musical. O grupo alertou que o uso não autorizado de seus trabalhos pode prejudicar a criatividade e a viabilidade da carreira de artistas humanos.

Repercussões também em Hollywood

Fora do cenário musical, o uso da inteligência artificial também tem causado controvérsias na indústria cinematográfica. A edição mais recente do Oscar reacendeu o debate sobre o papel da IA na criação e finalização de filmes indicados ao prêmio. Em 2023, a questão levou roteiristas e atores a organizarem greves exigindo garantias contra o uso irrestrito da tecnologia em suas profissões.

Conclusão

A explosão de conteúdo gerado por inteligência artificial, especialmente na música, coloca plataformas de streaming, gravadoras e artistas diante de um novo cenário, ainda em processo de regulamentação e adaptação. Enquanto ferramentas como as da Deezer tentam organizar esse universo crescente, o embate entre inovação tecnológica e proteção aos criadores humanos tende a se intensificar, com repercussões que vão além do entretenimento e tocam diretamente os direitos autorais e a sustentabilidade do trabalho criativo.

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