PL nega articulação para pautar anistia enquanto Hugo Motta está ausente
O Partido Liberal (PL), liderado por Jair Bolsonaro, negou qualquer intenção de aproveitar a ausência do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), para tentar pautar o projeto de lei que prevê anistia a envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023. A declaração ocorre após o partido protocolar, nesta segunda-feira (14), um pedido para que a proposta tramite em regime de urgência.
Comando interino não pretende avançar com o tema
Durante o período em que Hugo Motta estiver fora do país, o comando interino da Câmara ficará com o primeiro vice-presidente, Altineu Cortês (PL-RJ). Apesar de ser do mesmo partido que apresentou o pedido de urgência, Altineu já teria se comprometido com Hugo a respeitar os acordos políticos em curso e não pautar temas fora do alinhamento previamente estabelecido — entre eles, a proposta de anistia.
Acordo prevê decisão apenas após a Páscoa
De acordo com informações da própria legenda, o líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), informou previamente o presidente da Casa sobre o protocolo do pedido de urgência. Ficou acordado que a matéria não será avaliada antes do retorno de Hugo ao Brasil, previsto para logo após a Páscoa. O presidente da Câmara quer deliberar sobre o assunto até o fim de abril.
Discussão tende a ir para comissão especial
A expectativa é que Hugo Motta encaminhe o projeto para análise em uma comissão especial, o que abriria espaço para alterações no texto e permitiria um debate mais amplo entre parlamentares de diferentes espectros políticos. Esse encaminhamento é visto como uma alternativa ao avanço direto da proposta no plenário.
Atualmente, o presidente da Câmara conta com o apoio da maioria dos líderes partidários para não acelerar a tramitação da proposta via urgência, o que reforça a ideia de que o tema será tratado com cautela e diálogo.
Conclusão
O PL tenta se distanciar de qualquer suspeita de manobra política durante a ausência de Hugo Motta e afirma que a tramitação do projeto de anistia seguirá o rito previamente acordado com a presidência da Câmara. A discussão sobre o perdão aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro segue sensível e promete mobilizar diferentes forças políticas, mas deve ocorrer em espaço adequado para garantir o equilíbrio entre as opiniões divergentes no Congresso.