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China afirma que está “removendo barreiras” para ampliar parcerias comerciais

A China afirmou nesta terça-feira (15) que está comprometida em ampliar seu círculo de parcerias comerciais, adotando uma postura diplomática voltada à cooperação, mesmo diante da crescente tensão comercial com os Estados Unidos. O posicionamento foi divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores chinês durante uma coletiva de imprensa.

“Vamos apertar as mãos em vez de fechar os punhos, derrubar muros e não erguer barreiras, promover conexões em vez de dissociações”, declarou o porta-voz Lin Jian, em referência à estratégia de Pequim para lidar com o cenário internacional instável.

Guerra comercial com os EUA se intensifica

As declarações ocorrem após a recente decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de aplicar tarifas de até 145% sobre produtos chineses, como parte de um pacote mais amplo de medidas protecionistas contra diversos parceiros comerciais. A resposta chinesa veio em forma de retaliação, com o aumento das tarifas sobre mercadorias norte-americanas para até 125%.

A Organização Mundial do Comércio (OMC) alertou que esse impasse entre as duas maiores economias do mundo pode reduzir em até 80% o comércio bilateral, com impactos significativos no crescimento econômico global.

Críticas e reações

Pequim tem criticado abertamente a política tarifária de Trump, classificando-a como “uma piada”. A fala gerou reação do secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, que respondeu em entrevista à Bloomberg: “Isso não é uma piada. São números grandes. Ninguém quer que isso dure, mas definitivamente não é algo cômico”.

Segundo Bessent, qualquer avanço nas negociações dependeria de uma conversa direta entre os líderes Donald Trump e Xi Jinping.

Xi Jinping reforça laços no Sudeste Asiático

Enquanto as tensões com Washington aumentam, o presidente chinês Xi Jinping iniciou uma viagem oficial por três países do Sudeste Asiático — Vietnã, Malásia e Camboja —, na tentativa de fortalecer alianças econômicas e ampliar a cooperação regional. A visita ao Vietnã resultou na assinatura de dezenas de acordos bilaterais, com foco nas cadeias de produção, fornecimento e projetos de infraestrutura ferroviária.

Durante a passagem por Hanói, Xi defendeu uma resistência conjunta ao “unilateralismo agressivo” e destacou a importância da integração econômica entre os países.

Apelo à união frente às adversidades

O jornal estatal chinês People’s Daily publicou um editorial nesta terça-feira que reforça a postura cooperativa da China e critica o isolamento em tempos de crise. O texto, que faz referência à clássica história americana “O Mágico de Oz”, afirma que apenas por meio da união e da colaboração será possível enfrentar os desafios impostos pela atual conjuntura.

Além disso, a publicação ressaltou medidas adotadas por Pequim em apoio a países menos desenvolvidos, como a redução tarifária para determinados parceiros comerciais.


Conclusão

Em meio à escalada das disputas tarifárias com os Estados Unidos, a China busca consolidar sua imagem como uma defensora do multilateralismo e do livre comércio. A estratégia do governo chinês mira na diversificação de mercados e no fortalecimento de laços regionais como forma de mitigar os impactos da guerra comercial. Resta saber como as próximas movimentações de Washington e Pequim moldarão o cenário econômico global nos próximos meses.

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