Suspensão das tarifas por Trump impulsiona os mercados
Os mercados financeiros globais reagiram com entusiasmo após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar uma suspensão de 90 dias nas chamadas tarifas “recíprocas”. A medida, que exclui as tarifas contra a China, impulsionou os principais índices acionários, com o S&P 500 registrando sua melhor performance desde outubro de 2008.
Alta histórica nos mercados
A decisão de adiar a aplicação das tarifas recíprocas gerou um forte rali em Wall Street. O índice S&P 500 teve seu terceiro melhor desempenho desde sua criação, em 1957. O impacto positivo se estendeu também para as bolsas da Europa e da Ásia, que apresentaram alta expressiva no dia seguinte ao anúncio.
China segue na mira
Apesar do alívio para diversos países, a China continua sujeita às tarifas norte-americanas. Trump afirmou que as taxas sobre produtos chineses serão elevadas para 125%, em resposta às medidas retaliatórias adotadas por Pequim. Atualmente, 84% das exportações dos Estados Unidos para a China já estão sob taxação.
Canadá e México com tratamento diferenciado
De acordo com um funcionário da Casa Branca, México e Canadá estarão isentos da tarifa de 10% imposta a outros parceiros comerciais. Ainda assim, produtos desses países que não estiverem alinhados ao Acordo EUA-México-Canadá poderão enfrentar uma taxa de 25%. A exceção não se aplica a tarifas setoriais específicas determinadas por Trump.
Pressões internas influenciaram decisão
Fontes do Departamento do Tesouro relataram que preocupações com a estabilidade do mercado de títulos dos EUA foram determinantes para a decisão de suspender temporariamente as tarifas. O temor de agravamento das turbulências financeiras motivou o recuo de Trump, que reconheceu as complexidades do cenário atual.
Margem para negociações
A pausa nas tarifas foi vista como uma janela para novas conversas comerciais. Segundo o secretário do Tesouro, Scott Bessent, o período será usado para buscar acordos mais equilibrados com diferentes parceiros, inclusive a China. Apesar disso, autoridades norte-americanas afirmaram que ainda não há diálogo direto com representantes chineses, embora Trump tenha sinalizado interesse em conversar com o presidente Xi Jinping.
Riscos econômicos persistem
Mesmo com o alívio momentâneo nos mercados, especialistas alertam que a suspensão das tarifas pode não ser suficiente para evitar um cenário de recessão. O economista Joe Brusuelas destacou a fragilidade da economia diante das incertezas comerciais, e uma análise do Goldman Sachs estimou uma probabilidade de 45% de recessão nos próximos 12 meses.
Conclusão
A suspensão temporária das tarifas recíprocas pelos Estados Unidos trouxe alívio imediato aos mercados financeiros e abriu espaço para uma possível reaproximação com parceiros comerciais. No entanto, a manutenção das tensões com a China e os sinais de instabilidade econômica mantêm o clima de cautela entre investidores e analistas.
