Politica

Planalto “vacila” e mais um aliado de Bolsonaro é nomeado para a Comissão de Inteligência

Na última quarta-feira (9), a Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados elegeu o deputado General Girão (PL/RN) para integrar a Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência (CCAI) do Congresso Nacional. A eleição ocorreu sem concorrência, e Girão foi escolhido por aclamação, o que reflete a falta de concorrentes para a vaga.

A Falta de Concorrência e o “Cochilo” do Governo

Fontes indicam que o governo federal, com foco em outras pautas prioritárias, não indicou nenhum nome para disputar a vaga, o que levou à formação de um colegiado dominado pela oposição nos próximos dois anos. Essa ausência de indicação gerou uma “vacilada” política, dando espaço para mais um bolsonarista assumir uma posição chave na comissão.

O novo integrante da CCAI, General Girão, se junta ao deputado Filipe Barros (PL-PR), também bolsonarista, que assumiu o comando da comissão na semana passada. Barros, conforme relatos de interlocutores, está determinado a acompanhar de perto as atividades da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e esclarecer informações envolvendo alegações de espionagem brasileira ao Paraguai.

Espionagem Brasileira ao Paraguai: A Polêmica das Negociações de Itaipu

O foco da CCAI, agora sob domínio da oposição, está na investigação de uma suposta espionagem realizada pelo Brasil contra o Paraguai. O caso foi revelado por um servidor da Abin durante depoimento à Polícia Federal, onde ele alegou que o governo brasileiro tentou invadir computadores para obter informações sigilosas relacionadas à negociação das tarifas da Usina de Itaipu.

De acordo com a versão da Abin, o Brasil apenas reagiu a tentativas de espionagem do Paraguai, e ações desse tipo seriam uma prática comum. No entanto, a Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência decidiu agir, com a promessa de aprovar um requerimento para convocar o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, para esclarecer a situação diante do colegiado.

A Expectativa da Comissão de Inteligência

O objetivo da Comissão Mista é pressionar tanto a Polícia Federal quanto a Abin a compartilhar documentos sobre as operações de inteligência realizadas, especialmente aquelas relacionadas à revisão do Anexo C do Tratado de Itaipu. Com o poder da oposição agora consolidado na comissão, as expectativas são altas para que a investigação ganhe mais profundidade e transparência.

Conclusão

Com a composição da CCAI agora predominantemente formada pela oposição, incluindo membros alinhados ao bolsonarismo, as atividades de controle sobre a inteligência brasileira devem ganhar uma nova dinâmica. A investigação sobre a espionagem ao Paraguai promete ser um dos primeiros testes da comissão, que, ao lado da pressão política, buscará maior clareza sobre as ações de inteligência do país. O governo, que perdeu a oportunidade de indicar um nome para o colegiado, pode enfrentar desafios políticos significativos à medida que essas investigações se aprofundam.

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