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Trump dobra a aposta na guerra comercial e promete tarifas ainda mais pesadas contra a China

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou ao centro do debate econômico internacional ao anunciar, nesta semana, que pretende aumentar as tarifas sobre produtos chineses para até 60% caso retorne ao poder em 2025. A declaração representa uma escalada significativa na já turbulenta guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.

Durante um discurso para empresários norte-americanos, Trump acusou Pequim de “destruir a indústria americana” e afirmou que, sob sua liderança, os Estados Unidos “não vão mais tolerar práticas comerciais desleais”. Ele defendeu novas taxas de importação que podem ultrapassar os 50%, atingindo setores estratégicos como eletrônicos, aço, carros elétricos e produtos tecnológicos.

A retórica protecionista reacende o temor de uma nova rodada de tensões comerciais, com potencial de abalar mercados globais. Economistas alertam que o aumento nas tarifas pode gerar uma resposta imediata da China, impactando cadeias de suprimentos, aumentando os custos de produção e elevando os preços ao consumidor nos Estados Unidos.

Analistas também destacam que o movimento tem forte viés político. Ao endurecer o discurso contra a China, Trump tenta fortalecer sua base eleitoral industrial no Meio-Oeste americano — região que sofreu com a perda de empregos para a concorrência estrangeira. Para muitos de seus apoiadores, a postura agressiva é vista como uma defesa do trabalhador americano.

No entanto, o cenário não é isento de riscos. Empresários e investidores manifestaram preocupação com possíveis retaliações chinesas e alertaram que o aumento nas tarifas pode minar os esforços recentes de reaproximação entre Washington e Pequim. O temor de uma nova recessão, impulsionada por choques no comércio global, voltou a assombrar o mercado.

A campanha de Trump já deixou claro que, se eleito, a prioridade será reduzir a dependência dos Estados Unidos da economia chinesa. Ele pretende impulsionar a produção doméstica por meio de subsídios e estímulos a empresas nacionais, além de pressionar países aliados a adotarem medidas semelhantes contra a China.

Enquanto isso, Pequim acompanha com cautela os discursos do ex-presidente. Fontes próximas ao governo chinês indicam que, embora não desejem uma escalada, estão preparadas para agir em defesa de seus interesses econômicos e diplomáticos.

Com o mundo de olho nas eleições americanas de 2024, o discurso agressivo de Trump indica que o comércio internacional pode se tornar novamente um dos principais focos de tensão global — com impacto direto no bolso dos consumidores e na estabilidade dos mercados.

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