Depois do pânico, mercados moderam perdas e apostam na racionalidade econômica
Após um início de semana marcado por tensão nos mercados globais — com bolsas em queda, alta do dólar e fuga de investimentos — o cenário começou a mostrar sinais de moderação. O que era pânico generalizado deu lugar a uma postura mais cautelosa por parte dos investidores, que agora parecem apostar na força das instituições e no retorno do bom senso nas decisões econômicas.
As bolsas americanas, que abriram em forte baixa após declarações agressivas do ex-presidente Donald Trump sobre novas tarifas à China e temor de recessão, reduziram as perdas ao longo da sessão. No Brasil, o Ibovespa seguiu o movimento e conseguiu amenizar o tombo, enquanto o dólar desacelerou a disparada.
A reação mais tranquila pode ser explicada por uma combinação de fatores. De um lado, houve declarações mais equilibradas por parte de autoridades econômicas tanto nos Estados Unidos quanto em países emergentes. De outro, analistas acreditam que os agentes financeiros estão reavaliando os fundamentos, considerando que os impactos das tensões comerciais, embora sérios, ainda podem ser contidos.
“Depois do susto inicial, o mercado começa a precificar uma reação mais técnica, levando em conta que há limites políticos e econômicos para medidas extremas”, comentou um estrategista financeiro ouvido por analistas do setor.
Além disso, parte da recuperação está atrelada à expectativa de que bancos centrais possam agir para conter os efeitos negativos das turbulências, com cortes de juros ou injeções de liquidez. No Brasil, o Banco Central mantém atenção redobrada ao câmbio e à inflação, mas por ora não sinaliza mudanças bruscas na política monetária.
O alívio, no entanto, é visto com cautela. Os investidores continuam atentos ao desenrolar do cenário político, especialmente nos Estados Unidos, onde a corrida eleitoral promete intensificar os discursos protecionistas e ampliar a volatilidade nos mercados.
No curto prazo, os sinais de que o pânico está sendo substituído por uma análise mais racional trazem algum fôlego. Mas a percepção geral é de que os mercados ainda caminham sobre um terreno frágil — e qualquer deslize pode provocar novos abalos.