Bolsas desabam na Ásia e na Europa devido à crescente tensão global com a guerra comercial
Os mercados financeiros ao redor do mundo sofreram grandes quedas nesta segunda-feira, 7 de agosto, refletindo as intensas tensões geradas pela guerra comercial entre os Estados Unidos e a China. O impacto da disputa tarifária, iniciado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, e intensificado pelas respostas da China, provocou um colapso generalizado nas bolsas de valores, com perdas significativas em várias regiões.
Mercados Europeus e Asiáticos em Queda Livre
Na Europa, os índices de ações despencaram logo pela manhã. O Dax, da Alemanha, registrou uma queda de 9%, enquanto o FTSE de Londres teve uma perda de cerca de 5%. Apesar de uma leve recuperação no mercado europeu, os números foram amplamente negativos, com o sentimento de pessimismo dominando o pregão.
Na Ásia, a situação foi ainda mais grave. O Nikkei 225 do Japão fechou com queda de 7,9%, enquanto o Topix encerrou 7,7% mais baixo. A gigante Sony foi uma das empresas mais afetadas, com uma queda superior a 10%. Em Hong Kong, o índice Hang Seng despencou mais de 13%, marcando o pior desempenho em um único dia desde 1997. Na China continental, o Shanghai Composite Index também registrou uma queda de 7,3%, refletindo o clima de pânico nos mercados globais.
A Retaliação Chinesa e o Impacto no Mercado Global
As perdas foram desencadeadas pela intensificação da guerra tarifária, com a China impondo tarifas retaliatórias de 34% sobre os produtos americanos. Em resposta, o governo chinês destacou sua “forte capacidade de suportar a pressão”, ressaltando que a China tem experiência acumulada após anos de disputas comerciais com os Estados Unidos. A medida de retaliação foi mais agressiva do que as anteriores e gerou um efeito dominó nos mercados financeiros, afetando até os investidores mais cautelosos.
Crise no Mercado de Commodities e Desvalorização de Ações Tecnológicas
Os preços das commodities também foram afetados, com o petróleo registrando queda significativa. O Brent, referência global, caiu mais de 2,4%, enquanto o WTI dos Estados Unidos teve uma perda de 2,5%. A desvalorização das ações de gigantes tecnológicas, como TSMC e Foxconn, também foi alarmante, com ambas as empresas taiwanesas sofrendo perdas de cerca de 10%. Além disso, o tradicional “porto seguro” do mercado, o ouro, viu uma queda de mais de 4%, sinalizando um distanciamento dos investidores de ativos considerados mais estáveis.
Repercussões nos EUA e Chamado à Trégua Econômica
Nos Estados Unidos, os futuros das ações indicam uma abertura em queda acentuada, colocando o índice S&P 500 próximo de entrar em um mercado de baixa, o que representa uma diminuição de 20% em relação aos seus picos anteriores. O investidor bilionário Bill Ackman alertou sobre a perda de confiança global nos EUA e sugeriu que Trump reconsiderasse sua postura para evitar uma “guerra nuclear econômica” com consequências ainda mais graves.
Trump, por sua vez, manteve sua posição, afirmando que está disposto a negociar com a China, mas insistiu na resolução do superávit comercial chinês e do déficit com outros aliados, como a União Europeia e o Japão. O presidente americano também indicou que pretende continuar pressionando por tarifas adicionais, caso os parceiros comerciais não atendam às suas exigências.
Desafios Para a Ásia e Impactos Econômicos Regionais
A crise não se restringiu apenas à China e ao Japão. Na Coreia do Sul, o índice Kospi caiu 5,6%, enquanto a gigante Samsung registrou perdas superiores a 5%. Economistas alertam que países da região, como Coreia do Sul e Cingapura, podem enfrentar dificuldades ainda maiores em lidar com a pressão tarifária dos EUA, com previsões de crescimento econômico sendo revistas para baixo.
Conclusão
O agravamento da guerra comercial entre os EUA e a China está gerando uma turbulência sem precedentes nos mercados globais. A queda nas bolsas de valores e a desvalorização de commodities e ações tecnológicas refletem a crescente incerteza econômica mundial. A falta de um acordo entre as duas maiores economias do mundo continua a alimentar o pessimismo, afetando mercados financeiros de todos os continentes. O cenário global se mantém volátil, e as consequências dessa disputa comercial provavelmente continuarão a repercutir nos próximos meses, com efeitos diretos sobre o crescimento econômico e a confiança do mercado.