Tensão entre China e EUA faz dólar disparar e derruba Bolsa brasileira
A escalada nas tensões comerciais entre China e Estados Unidos provocou um forte impacto nos mercados nesta segunda-feira. O dólar comercial disparou mais de 3% em relação ao real, refletindo a insegurança dos investidores diante da nova rodada de retaliações anunciadas por Pequim. Ao mesmo tempo, a Bolsa brasileira sofreu um tombo expressivo, com queda generalizada nos principais papéis.
O movimento ocorreu após o governo chinês comunicar a imposição de novas tarifas sobre produtos americanos, em resposta a medidas adotadas pelos EUA. Essa retaliação foi interpretada como um novo capítulo da disputa entre as duas maiores economias do mundo, que vem pressionando os mercados globais há meses.
No Brasil, a reação foi imediata. O dólar chegou a superar os R$ 5,40, atingindo o maior nível em semanas. A moeda americana tem sido tradicionalmente vista como um porto seguro em momentos de instabilidade internacional, o que explica a corrida de investidores para ativos considerados mais protegidos.
Já o Ibovespa, principal índice da B3, registrou forte queda puxada por setores sensíveis ao cenário externo, como commodities e grandes exportadoras. Empresas ligadas ao agronegócio e à mineração, que têm forte dependência do comércio internacional, estiveram entre as mais afetadas.
Analistas avaliam que o clima de incerteza deve persistir enquanto as relações entre China e EUA permanecerem tensas. O temor de uma desaceleração econômica global aumenta, assim como o receio de que a cadeia de suprimentos seja ainda mais prejudicada com as novas barreiras comerciais.
O cenário também eleva a pressão sobre os países emergentes, como o Brasil, que costumam ser os primeiros a sentir os efeitos de choques internacionais. A valorização do dólar tende a aumentar a inflação importada e pode complicar a condução da política monetária, num momento em que o Banco Central já enfrenta desafios internos.
