Mídia estatal da China afirma que o país dará uma resposta enérgica às tarifas recíprocas dos EUA
Em uma postagem recente na plataforma Weibo, uma conta associada à emissora estatal chinesa CCTV alertou que a China adotará medidas de retaliação vigorosas caso os Estados Unidos persista em prejudicar seus interesses comerciais com a imposição de novas tarifas recíprocas. A declaração sublinha que, para qualquer discussão construtiva sobre cooperação, é essencial que ambas as partes se respeitem mutuamente. Esse comentário segue um ciclo crescente de tensões comerciais entre os dois países.
A reunião entre os líderes comerciais
A manifestação de cautela por parte da China acontece após uma videoconferência entre He Lifeng, vice-primeiro-ministro chinês responsável pela economia, e Jamieson Greer, representante comercial dos EUA. A conversa, ocorrida na quarta-feira (26), foi descrita como “franca”, com o vice-primeiro-ministro expressando “preocupações solenes” da China sobre as tarifas americanas atuais e as propostas para mais aumentos. He também solicitou que Washington buscasse uma solução que beneficie ambos os países, conforme relatado pela agência estatal de notícias Xinhua.
O cenário de tarifas e negociações com a ByteDance
Após a reunião, o presidente dos EUA, Donald Trump, sugeriu que poderia reduzir algumas tarifas sobre a China se um acordo fosse feito para forçar a ByteDance, controladora do popular aplicativo TikTok, a vender o app em território norte-americano. A ByteDance, que possui 170 milhões de usuários nos EUA, tem sido alvo de crescente escrutínio do governo de Trump. O presidente norte-americano anunciou que divulgará mais detalhes sobre suas tarifas “recíprocas” em 2 de abril, que visam tratar dos desequilíbrios comerciais com a China, o que pode resultar em tarifas adicionais sobre produtos chineses.
Histórico de tarifas e escalada das tensões
Desde o início de seu mandato, Trump implementou tarifas de 20% sobre todas as importações chinesas, citando a falha da China em conter o fluxo de precursores de fentanil, uma substância frequentemente associada a overdoses nos EUA. As tensões aumentaram ainda mais na terça-feira (25), quando os EUA incluíram diversas entidades chinesas em sua lista de restrições de exportação, o que intensifica o atrito econômico entre as duas maiores economias do mundo.
A reação da China
Em resposta, o governo chinês impôs tarifas sobre uma série de importações norte-americanas, incluindo carvão, gás natural liquefeito e produtos agrícolas. Os impostos adicionais podem chegar a até 15%, refletindo a postura mais rígida de Pequim diante das ações comerciais de Washington.
Conclusão
A escalada nas tarifas entre China e Estados Unidos continua a criar um clima de incerteza econômica, com ambas as potências comerciais adotando posturas firmes em relação aos seus interesses. Enquanto os EUA buscam corrigir desequilíbrios comerciais, a China já sinaliza que não hesitará em responder de forma contundente, o que pode prolongar as tensões e afetar ainda mais o comércio global. O futuro das relações comerciais entre as duas nações depende de uma gestão cuidadosa das negociações, mas a retórica agressiva sugere que mais desafios estão por vir.