IGP-M registra queda de 0,34% em março devido à redução no preço do minério de ferro, aponta FGV
O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) apresentou uma queda de 0,34% em março, após registrar uma alta de 1,06% no mês anterior. O desempenho negativo do índice foi influenciado principalmente pela redução dos preços do minério de ferro no atacado, de acordo com dados divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta sexta-feira (28).
Composição do IGP-M e Desempenho do IPA
O IGP-M, que calcula a variação dos preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre o dia 21 do mês anterior e o dia 20 do mês de referência, teve um desempenho mais negativo do que o esperado pelo mercado. A pesquisa realizada pela Reuters indicava uma previsão de recuo de apenas 0,17%. Com o resultado de março, o índice acumulou uma alta de 8,58% nos últimos 12 meses.
A principal contribuição para a queda do IGP-M veio do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que responde por 60% do índice geral e mede a variação dos preços no atacado. O IPA teve uma redução de 0,73% em março, após ter registrado uma alta de 1,17% no mês anterior. A principal causa dessa queda foi o recuo de 3,64% no preço do minério de ferro, após um pequeno aumento de 0,32% em fevereiro. O cenário de preocupações com a guerra comercial contribuiu para a pressão negativa sobre os preços dessa commodity.
IPC e INCC: Desaceleração e Aumento Moderado
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que representa 30% do IGP-M, também mostrou uma desaceleração em março, subindo 0,80% em comparação a 0,91% no mês anterior. Segundo Matheus Dias, economista do FGV IBRE, a desaceleração no IPC foi impulsionada, principalmente, pela diminuição do impacto dos reajustes das mensalidades escolares, além da expressiva queda de 13,71% nos preços das passagens aéreas.
Por outro lado, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou uma alta de 0,38%, uma desaceleração em relação ao aumento de 0,51% no mês de fevereiro.
Conclusão
O IGP-M de março mostra uma oscilação importante nos preços, com destaque para a queda do minério de ferro e a desaceleração nos preços ao consumidor. Embora o índice tenha acumulado uma alta de 8,58% nos últimos 12 meses, o recuo do preço das commodities e o alívio em alguns setores, como passagens aéreas, indicam um cenário de maior volatilidade. A expectativa para os próximos meses dependerá de fatores externos, como as tensões comerciais globais e suas repercussões no mercado de commodities, além de ajustes internos nas tarifas e custos de consumo.