Caso Marielle: Moraes solicita opinião da PGR sobre liberação de delegado
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu que a Procuradoria-Geral da República (PGR) deve se manifestar sobre um novo pedido de revogação da prisão preventiva do delegado Rivaldo Barbosa. O ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro está preso desde março de 2023, acusado de envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes. O prazo dado pela decisão é de cinco dias para que a PGR emita seu parecer.
Pedido de Liberdade e Defesa de Barbosa
A defesa de Rivaldo Barbosa apresentou mais um pedido de revogação da prisão preventiva, argumentando que ele está preso há mais de um ano sem previsão para julgamento. Os advogados solicitam sua liberação, com a imposição de medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica. A defesa reforça que o processo está demorando, apontando que a PGR pediu um prazo de 30 dias para apresentar suas alegações finais, o que prolongaria ainda mais a custódia do delegado.
Histórico das Solicitações de Liberdade
Este não é o primeiro pedido da defesa de Barbosa para a revogação da prisão preventiva. Três tentativas anteriores foram rejeitadas por Moraes, com base em pareceres da PGR. No último parecer, a procuradoria considerou que não houve mudanças suficientes no cenário jurídico ou fático para justificar a libertação do acusado.
O Caso Marielle Franco e o Envolvimento de Barbosa
Rivaldo Barbosa foi nomeado chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro apenas dez dias antes do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, em 2018. Ele se reuniu com as famílias das vítimas, prometendo que desvendaria o caso e encontraria os responsáveis. Contudo, segundo as investigações, ele é acusado de ter planejado o assassinato em conluio com os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão. A Polícia Federal e o Ministério Público Federal apontam que Barbosa pode ter desviado o curso das investigações, acusando pessoas inocentes e obstruindo a apuração.
Implicações e Dúvidas sobre a Investigação
Barbosa também teria interferido nas investigações ao indicar o delegado Giniton Lages, suspeito de atrapalhar deliberadamente a apuração para proteger os mandantes do crime. A defesa do delegado nega qualquer envolvimento no assassinato de Marielle e Anderson, enquanto as investigações continuam a revelar novas peças do quebra-cabeça, apontando o papel de Barbosa como chave para entender a trama por trás dos assassinatos.
Conclusão
O pedido de liberdade de Rivaldo Barbosa segue em aberto, com o STF aguardando o parecer da PGR para decidir se o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro continuará preso ou se serão adotadas outras medidas cautelares. A situação continua a gerar tensões no caso Marielle Franco, que segue sendo uma das investigações mais complexas e acompanhadas no país. O STF, ao determinar mais uma vez a manifestação da PGR, mantém a cautela diante de um caso com tantas implicações jurídicas e políticas, aguardando a avaliação de todos os envolvidos antes de tomar uma decisão final sobre a prisão preventiva de Barbosa.