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Chip Hormonal de Bolsonaro: Entenda o Funcionamento do Implante Utilizado pelo Ex-Presidente

O Uso do Chip Hormonal por Jair Bolsonaro

Durante uma entrevista coletiva realizada na quarta-feira (26), o ex-presidente Jair Bolsonaro voltou a comentar sobre o uso de um chip hormonal, método utilizado para melhorar o desempenho sexual. O assunto surgiu após ele se tornar réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por participação em uma trama golpista.

Bolsonaro revelou anteriormente, em entrevista ao portal Leo Dias TV, que o implante foi colocado na região final da coluna e tem duração aproximada de seis meses. O ex-presidente, atualmente com 69 anos, também mencionou que deixou de usar Tadalafila, medicamento comum para o tratamento de disfunção erétil. Ele afirmou que, com o chip, sente-se como se tivesse 40 anos.

Como Funciona o Chip Hormonal?

Nos últimos anos, o uso de chips hormonais vem ganhando popularidade, embora a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tenha proibido sua utilização para fins estéticos. De acordo com o urologista Victor Portocarrero, esse método consiste em um pequeno dispositivo inserido no tecido subcutâneo, liberando hormônios bioidênticos ao longo do tempo. Entre esses hormônios, destaca-se a testosterona.

A deficiência de testosterona é comum em homens com mais idade e pode levar a sintomas como redução do desempenho sexual. O tratamento com implantes hormonais pode ser indicado para pacientes com hipogonadismo, condição caracterizada pela baixa produção de testosterona, que resulta em disfunção erétil, diminuição da libido e infertilidade.

No Brasil, muitos chips hormonais são produzidos em farmácias de manipulação, mas a Anvisa aprova apenas o Implanon, utilizado como anticoncepcional. Não há informações específicas sobre qual tipo de implante foi utilizado por Bolsonaro, mas a reposição hormonal é um dos principais usos desse tipo de tratamento.

Proibição dos “Chips da Beleza”

A Anvisa decidiu, em novembro do ano passado, liberar parcialmente a fabricação e venda dos implantes hormonais, permitindo seu uso para tratamentos médicos, mas proibindo sua aplicação para fins estéticos. Antes da proibição, esses implantes eram frequentemente utilizados para emagrecimento, antienvelhecimento, aumento da libido, redução de gordura corporal e ganho de massa muscular.

A decisão de restringir o uso desses chips foi apoiada por diversas entidades médicas brasileiras. Um grupo de 35 sociedades médicas alertou sobre os potenciais riscos desses implantes, incluindo problemas cardiovasculares, tromboembolismo, acidente vascular cerebral, complicações hepáticas, renais e psicológicas, como ansiedade e depressão.

Diante dos riscos, o uso do chip hormonal exige acompanhamento médico criterioso. A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) reforça que a liberação dos implantes para reposição hormonal não significa que sejam seguros em todos os casos. O Conselho Federal de Medicina (CFM) também já proibia a prescrição desses tratamentos sem comprovação científica de eficácia e segurança.

Conclusão

O uso de chips hormonais tem sido um tema controverso no Brasil, especialmente devido aos riscos à saúde e à falta de evidências científicas para alguns de seus usos. No caso de Bolsonaro, o implante foi utilizado para reposição hormonal, prática permitida pela Anvisa, mas que ainda requer acompanhamento médico rigoroso. A decisão da agência de proibir o uso dos chamados “chips da beleza” reforça a necessidade de cautela ao optar por esse tipo de tratamento.

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