Mello afirma que o objetivo é diminuir preços sem prejudicar o crescimento e o emprego
O Secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, abordou, em entrevista exclusiva, as preocupações do governo Lula com o cenário inflacionário e os esforços para controlar os preços sem comprometer o crescimento econômico, o emprego e os investimentos no Brasil.
Preocupação com a Inflação, mas sem Sacrificar o Crescimento
Mello destacou que, embora o governo esteja consciente dos desafios impostos pela inflação, o foco é encontrar maneiras de reduzir os preços sem causar danos à economia. Segundo ele, a administração de Luiz Inácio Lula da Silva está profundamente preocupada com a inflação, uma preocupação que foi enfatizada pelo presidente que, segundo Mello, tem cobrado ações para reduzir a alta nos preços dos alimentos, um dos principais fatores de pressão inflacionária.
A meta do governo é buscar a estabilidade de preços, com um controle eficaz da inflação, mas sem adotar medidas que possam afetar negativamente a economia, o mercado de trabalho ou os investimentos necessários para o crescimento sustentável do Brasil.
Críticas às Declarações de Ministros sobre a Inflação
A entrevista ocorre em um contexto onde o mercado tem projetado uma inflação de 5,65% para 2025, ultrapassando o teto da meta do Banco Central de 4,5%. Essa projeção levou a críticas por parte de economistas sobre declarações feitas por ministros do governo. Enquanto Fernando Haddad, ministro da Fazenda, argumentou que uma inflação entre 4% e 5% seria “relativamente normal” após o Plano Real, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, minimizou o impacto da meta não atingida, alegando que a meta não está “absolutamente estourada”.
Guilherme Mello Defende a Estratégia do Governo
Mello se posicionou em defesa de seus colegas ministros, explicando que, embora a inflação acima de 4% não seja ideal, é uma situação histórica que tem ocorrido em diversos momentos após o Plano Real. Ele apontou que, desde 1994, o Brasil frequentemente registrou inflação acima de 4%, e ressaltou que, mesmo com esse cenário, o governo tem trabalhado para controlar os preços de maneira eficaz.
O secretário também mencionou que o governo fez ajustes importantes, como a redução da meta de inflação para 3%, buscando dar mais previsibilidade ao mercado. Esse movimento foi visto como um esforço para garantir que a trajetória da inflação se mantivesse dentro de limites controláveis, sem afetar o poder de compra da população ou o desempenho da economia.
Busca por Equilíbrio entre Controle da Inflação e Sustentabilidade Econômica
Apesar das pressões sobre os preços, Mello reforçou que o governo se concentra na necessidade de controlar a inflação de forma responsável. Para ele, agir de maneira precipitada poderia prejudicar a economia de forma mais ampla, afetando o mercado de trabalho e os investimentos fundamentais para o futuro do Brasil. A preocupação é encontrar uma solução de longo prazo que garanta estabilidade, sem comprometer o crescimento econômico e a geração de empregos.
Conclusão
Guilherme Mello concluiu afirmando que o governo está comprometido com a meta de inflação, mas que as ações para controlar os preços serão feitas de forma cuidadosa, sem riscos para a saúde econômica do país. O foco é o equilíbrio entre o controle da inflação e o impulso ao crescimento econômico, assegurando que a política econômica do governo não prejudique o desenvolvimento sustentável do Brasil nos próximos anos.