Deputado do Centrão se candidata ao TCU e complica a disputa de 2026
O deputado Danilo Forte (União-CE) se lançou na disputa por uma vaga no Tribunal de Contas da União (TCU), a qual será aberta em fevereiro de 2026, com a aposentadoria do ministro Aroldo Cedraz. Sua candidatura promete acirrar a competição na Câmara dos Deputados, onde diferentes nomes se movimentam para ocupar a cadeira deixada por Cedraz, tradicionalmente indicada pela Câmara.
A Aposta de Danilo Forte e a Estratégia Política
Danilo Forte, relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024 e uma figura com forte trânsito no Centrão, utiliza sua idade como trunfo em sua candidatura. Com 67 anos, ele ocuparia o cargo por um período de oito anos, até a aposentadoria compulsória, o que poderia ser visto como uma vantagem por seus colegas, pois evitaria que a vaga ficasse “presa” por décadas. Essa abordagem também pode agradar a muitos, já que o TCU, um órgão de controle de grande importância, costuma ter seus ministros por longos períodos.
O Contexto Político da Disputa
A disputa pelo TCU se intensificou após a mudança de cenário no Congresso. A cadeira foi inicialmente prometida ao PT como parte do acordo que levou Hugo Motta (Republicanos-PB) à presidência da Câmara. No entanto, a nomeação de Gleisi Hoffmann para a Secretaria de Relações Institucionais fez muitos deputados reavaliarem o pacto. Ela era considerada a favorita para a vaga no TCU, mas sua saída do jogo abriu espaço para outras candidaturas.
Além de Danilo Forte, outros nomes se destacam na corrida. Os deputados Hugo Leal (PSD-RJ) e Soraya Santos (PL-RJ) também têm interesse na vaga, assim como o deputado Elmar Nascimento (União-BA), que recentemente desistiu de sua candidatura à presidência da Câmara e poderia ser recompensado com a posição no TCU. O cenário também inclui um nome menos convencional: o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul (TCE-RS), Cezar Miola, que se apresenta como uma alternativa técnica à disputa política. Miola é ex-presidente da Atricon, a associação dos tribunais de contas de todo o Brasil, e tem um perfil mais voltado para a carreira pública.
O Processo e as Perspectivas de Eleição
A eleição para o TCU, que ocorre de maneira secreta no plenário da Câmara, tem como base uma votação única, o que dá um caráter decisivo ao pleito. A disputa por essa cadeira no tribunal de contas segue uma tradição de acirramento, como foi visto em disputas passadas. Em 2005, o deputado Augusto Nardes (PP-RS) venceu José Pimentel (PT-CE) por 203 votos a 137. No ano seguinte, Aroldo Cedraz (PFL-BA) venceu Paulo Delgado (PT-MG) por 172 votos a 148.
Conclusão
Com a aposentadoria do ministro Aroldo Cedraz prevista para fevereiro de 2026, a corrida para o Tribunal de Contas da União já está em pleno andamento, com o deputado Danilo Forte se posicionando como um forte candidato. A disputa promete ser acirrada, com outros nomes de peso, como Hugo Leal, Soraya Santos e Elmar Nascimento, além de uma candidatura técnica fora do jogo político, liderada por Cezar Miola. Com um cenário político complexo e uma eleição secreta, os próximos anos devem reservar intensos movimentos no Congresso para a definição do novo ministro do TCU.