UE sugere redução de 15% nas importações de aço em resposta às tarifas dos EUA
A União Europeia (UE) implementará um aumento de 15% nas cotas de importação de aço a partir de abril, como resposta às novas tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos. O objetivo principal é impedir que produtos siderúrgicos importados invadam o mercado europeu, uma ameaça crescente para os produtores de aço locais, que já enfrentam dificuldades devido aos elevados preços de energia e à concorrência de outras regiões, como a Ásia.
Stephane Sejourne, vice-presidente executivo da Comissão Europeia, destacou que, em um contexto global de pouca aderência às regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), a UE não pode permitir que sua indústria desmorone. Para ele, a medida visa proteger a produção de aço europeia contra práticas de “dumping”, onde o aço desviado do mercado norte-americano poderia ser direcionado para o bloco europeu, prejudicando ainda mais as siderúrgicas locais.
Aumento nas Salvaguardas: O Que Está por Vir?
A partir de 1º de abril, a UE reduzirá as cotas de importação para vários tipos de aço, uma medida que visa controlar a entrada de material no mercado europeu. Com isso, os fluxos comerciais do aço serão reduzidos em cerca de 15%, afetando volumes que já foram ampliados desde julho de 2019. O aço importado dentro das cotas estabelecidas não estará sujeito a tarifas, mas qualquer importação que ultrapasse esses limites sofrerá uma tarifa de 25%.
Além disso, o bloco europeu já está trabalhando em novas restrições para substituir as salvaguardas reforçadas, que, de acordo com as normas da OMC, não poderão ser mantidas além de junho de 2026. O novo mecanismo, que deve ser implementado no terceiro trimestre deste ano, será ainda mais rigoroso, atendendo aos apelos do setor siderúrgico.
Medidas Adicionais e Desafios Futuros
Em uma tentativa de reforçar ainda mais a proteção da indústria de aço, a Comissão Europeia também está avaliando uma revisão das regras de compras públicas para 2026, com o objetivo de favorecer o aço produzido no bloco. Além disso, será introduzida uma “regra de derretimento” no âmbito do projeto do Plano de Ação para Aço e Metais, que proíbe os importadores de alterar a origem do aço por meio de transformações mínimas.
Sejourne também mencionou que, para lidar com os desafios do futuro, a UE estabelecerá um programa piloto com o Banco Europeu de Investimento, visando garantir contratos de energia de longo prazo para os produtores de aço e alumínio, assegurando que as indústrias essenciais ao bloco possam operar sem a dependência de fornecedores externos.
Conclusão
A decisão da União Europeia de fortalecer suas cotas de importação de aço e implementar medidas adicionais para proteger o setor siderúrgico é uma resposta direta às tarifas impostas pelos Estados Unidos e aos desafios globais enfrentados pela indústria. Com a crescente incerteza econômica, geopolítica e energética, a proteção da produção local de aço se tornou uma prioridade estratégica para o bloco europeu. A decisão não apenas visa proteger empregos e empresas, mas também fortalecer a autonomia industrial da UE em um momento de reconstrução do setor militar e econômico pós-guerra na Ucrânia.