Lula designa Haddad e Gleisi para coordenarem articulações no Congresso sobre a isenção do Imposto de Renda
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) designou os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) para liderarem as negociações no Congresso Nacional em torno da reformulação do Imposto de Renda (IR). A missão é de extrema importância, e a estratégia consiste em reunir-se com as bancadas federais, especialmente as do Centrão, para esclarecer dúvidas e negociar possíveis ajustes no texto da proposta, que foi enviado ao Legislativo na terça-feira (18).
Lula espera que a dupla de ministros adote uma abordagem similar à usada durante a reforma tributária sobre o consumo, mantendo uma presença constante no Congresso. A ideia é que Haddad e Gleisi realizem visitas semanais ao Legislativo para acompanhar de perto a tramitação da proposta e facilitar o processo de negociação.
Ações para Facilitar o Trâmite da Proposta
Além das visitas semanais ao Congresso, os ministros também abrirão seus gabinetes para agendar encontros com parlamentares. A intenção é garantir que a proposta tenha uma tramitação ágil, buscando apoio amplo entre os membros do Congresso e buscando resolver eventuais impasses que possam surgir durante o processo legislativo.
A pressa do governo está diretamente relacionada ao desejo de que as novas regras do Imposto de Renda entrem em vigor já em 2026, um ano de grande relevância política, já que coincidirá com o período das eleições presidenciais. Para isso, o Ministério da Fazenda está considerando a criação de materiais informativos, como uma espécie de “cartilha”, para ajudar a base aliada a defender as medidas perante o Congresso.
Detalhes da Proposta de Reformulação do Imposto de Renda
A proposta enviada pelo governo federal prevê isenção de Imposto de Renda para aqueles com rendimentos mensais de até R$ 5 mil. Por outro lado, a nova proposta também prevê a taxação de pessoas com rendimentos superiores a R$ 50 mil mensais, além da incidência de IR sobre dividendos pagos a pessoas físicas. A reformulação é vista como uma das principais apostas do governo para tentar reverter a impopularidade do presidente Lula, uma vez que também foi uma promessa de campanha do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Conclusão
A articulação política no Congresso, liderada por Haddad e Gleisi, será crucial para o sucesso da reforma do Imposto de Renda. Com um cronograma apertado e a meta de implementar as novas regras já em 2026, o governo tem trabalhado para garantir que as discussões avancem sem grandes obstáculos. A reforma é uma prioridade para o governo, que vê nela uma forma de aumentar a justiça tributária, ao mesmo tempo em que busca melhorar sua popularidade antes das próximas eleições presidenciais.