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Filipe Barros é designado para comissão originalmente prevista para Eduardo Bolsonaro

O deputado federal Filipe Barros (PL-PR) foi oficialmente eleito nesta quarta-feira (19) para presidir a Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN), substituindo Eduardo Bolsonaro (PL-SP). A decisão ocorre após o anúncio de que Eduardo Bolsonaro se licenciaria temporariamente de seu mandato, sem receber remuneração, por tempo indeterminado. Barros obteve 24 votos, com 4 votos em branco, e foi escolhido com o respaldo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A escolha e as expectativas para a comissão

A Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN) foi uma das prioridades do PL, o maior partido da Câmara dos Deputados, que tem uma bancada de 92 membros. Barros, após ser eleito, afirmou que sua gestão será pautada pelo diálogo entre todos os partidos políticos, buscando avanços nas pautas relevantes para o Brasil.

“Todos conhecem o meu perfil e sabem que eu priorizo sempre o diálogo. E vai ser esse o norte da presidência dessa comissão, através do diálogo com todos os partidos políticos, para que essa comissão avance em pautas tão importantes para o nosso país”, afirmou Barros.

Relação com Eduardo Bolsonaro e a comissão no exterior

Apesar de assumir o cargo, Barros destacou que continuará mantendo o diálogo com Eduardo Bolsonaro, que atualmente está nos Estados Unidos. O novo presidente da CREDN também afirmou que a comissão poderá oferecer “respaldo institucional” ao trabalho de Eduardo, especialmente no que diz respeito ao momento político que ele está vivenciando no exterior.

“Ele [Eduardo] está licenciado do mandato, mas é deputado, continua sendo deputado. Então, a comissão pode fornecer a ele um subsídio institucional desse trabalho que ele está fazendo lá e vai continuar fazendo”, disse Barros. Quanto ao pedido de asilo de Eduardo Bolsonaro nos EUA, Barros descreveu como uma tentativa de “fugir de uma iminente perseguição às suas liberdades”, acrescentando que a situação representaria mais um “capítulo triste da recente história no Brasil” em que a direita estaria sendo alvo de perseguições.

A comissão como prioridade estratégica

A CREDN foi uma das principais comissões disputadas por partidos na atual legislatura, especialmente pelo PL, que almejava manter uma posição estratégica em temas de política externa e defesa nacional. A comissão tem o poder de articular relações diplomáticas com o mundo e de reforçar a soberania do Brasil em questões internacionais.

Controvérsias sobre a candidatura de Eduardo Bolsonaro

Antes da decisão de Filipe Barros, a candidatura de Eduardo Bolsonaro à presidência da CREDN enfrentou resistência, especialmente da base governista. O PT, através de seu líder na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), apresentou uma queixa-crime contra Eduardo, acusando-o de conspirar contra o governo brasileiro junto a parlamentares norte-americanos. O pedido, no entanto, foi arquivado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que não encontrou elementos suficientes para dar continuidade à investigação.

Conclusão

A escolha de Filipe Barros para a presidência da CREDN marca uma transição estratégica, especialmente considerando a relação com o governo e as questões diplomáticas do Brasil. A gestão do novo presidente promete ser marcada por uma postura de diálogo e foco em pautas internacionais, ao mesmo tempo que a comissão ganha relevância no cenário político atual. A situação de Eduardo Bolsonaro, embora afastado temporariamente, continua a impactar as discussões internas do PL, que segue buscando consolidar sua posição nas principais comissões da Casa.

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