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Ben & Jerry’s acusa Unilever de demissão indevida de seu CEO

A Ben & Jerry’s, famosa marca de sorvetes, entrou com uma ação judicial contra sua controladora, a Unilever, acusando a empresa britânica de violar o acordo de fusão entre as duas, ao demitir seu CEO, David Stever. Segundo a denúncia apresentada em um tribunal de Nova York, a demissão ocorreu sem a aprovação do conselho da Ben & Jerry’s, o que contraria as cláusulas do acordo firmado entre as empresas durante a fusão em 2000. A Ben & Jerry’s afirma que as regras da fusão protegem seus interesses, especialmente impedindo a remoção unilateral de seu CEO.

Motivos por Trás da Demissão

O motivo alegado pela Unilever para a demissão de Stever, segundo a Ben & Jerry’s, está relacionado aos comentários públicos que a marca tem feito sobre questões progressistas, como mudanças climáticas, direitos humanos e políticas sociais. A empresa de sorvetes argumenta que a verdadeira razão da Unilever foi o compromisso de Stever com a missão social da Ben & Jerry’s, que inclui um forte foco em ativismo e causas sociais, e não seu desempenho profissional. A acusação sugere que a Unilever está tentando silenciar a marca em assuntos sensíveis, principalmente nas mídias sociais.

A Controvérsia Aumenta com a Censura de Postagens

O embate entre a Ben & Jerry’s e a Unilever não se limita à demissão de Stever. A marca de sorvetes tem alegado repetidos casos de censura, onde a controladora teria bloqueado publicações nas redes sociais da empresa. Em janeiro de 2024, a Ben & Jerry’s afirmou que uma postagem sobre aborto, mudanças climáticas e assistência médica universal foi barrada pela Unilever, pois mencionava o ex-presidente dos EUA, Donald Trump. Em outra ocasião, a empresa também alegou que sua tentativa de publicar sobre Mahmoud Khalil, um refugiado palestino com um caso de imigração controverso, foi impedida sem explicações da Unilever.

A Relacionada Questão com o Mês da História Negra

Em fevereiro de 2024, outra postagem da Ben & Jerry’s que teria sido censurada foi em comemoração ao Mês da História Negra. A empresa também alega que, em novembro de 2024, a Unilever tentou silenciar seus esforços para apoiar publicamente refugiados palestinos e apoiar resoluções contra a ajuda militar a Israel. De acordo com o processo, a Unilever chegou a ameaçar desmantelar o conselho da Ben & Jerry’s quando os executivos da marca tentaram emitir uma declaração pedindo por paz e um cessar-fogo imediato no conflito israelense-palestino.

Impacto da Disputa no Futuro da Ben & Jerry’s

O caso envolve disputas internas que podem impactar a identidade e o futuro da Ben & Jerry’s, uma marca que sempre se destacou por seu ativismo social. A Unilever, por sua vez, está passando por uma série de mudanças internas, incluindo a saída de seu CEO, o que adiciona mais complexidade ao cenário. Com a Ben & Jerry’s buscando sua independência, a questão da governança e o controle sobre a marca se tornam cada vez mais relevantes.

Conclusão

A disputa judicial entre Ben & Jerry’s e Unilever reflete um conflito crescente sobre os valores e a independência da marca de sorvetes, que sempre foi reconhecida por seu ativismo social. A Unilever, por sua parte, parece estar tentando alinhar a marca aos seus próprios interesses corporativos, ao mesmo tempo em que enfrenta um cenário desafiador de gestão e mudanças internas. O desenrolar deste processo poderá definir o futuro da Ben & Jerry’s em relação ao seu papel no cenário social e econômico global.

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