A inflação na zona do euro ficou abaixo da expectativa em fevereiro
A inflação da zona do euro em fevereiro foi menor do que o inicialmente previsto, com destaque para uma revisão significativa nos dados da Alemanha, conforme informou o Eurostat nesta quarta-feira (19). Essa revisão contribuiu para uma redução nas preocupações de que a pressão inflacionária pudesse impedir o Banco Central Europeu (BCE) de realizar novos cortes nas taxas de juros.
Embora a inflação geral tenha mostrado um alívio, o núcleo da inflação – que exclui os preços mais voláteis, como alimentos e energia – permaneceu estável em 2,6%. A taxa mensal do núcleo da inflação, que havia registrado um aumento de 0,6% no mês anterior, foi reduzida para 0,5%, mas essa mudança não foi suficiente para alterar a visão geral sobre a tendência inflacionária.
Expectativas Para a Política Monetária do BCE
Apesar dessa desaceleração na inflação, o BCE ainda enfrenta uma grande incerteza no cenário econômico atual. Membros da instituição têm enfatizado que a decisão sobre futuras políticas monetárias só será tomada após a coleta de mais dados, já que a situação continua a ser influenciada por diversos fatores, como tensões comerciais e o aumento de gastos orçamentários nos países da zona do euro. A crise da Ucrânia também continua a pesar nas decisões, com um impacto nos custos de financiamento para a defesa.
Em relação à taxa de juros, os mercados ajustaram suas expectativas, com uma probabilidade de 50% a 60% de que o BCE implemente um corte de juros em sua reunião de abril. Além disso, os mercados já precificaram a redução da taxa até junho e também preveem mais um corte antes do final de 2025, o que reduziria a taxa de depósito do BCE para 2%.
Olhando para o Futuro da Inflação
O BCE agora projeta que a inflação na zona do euro permaneça próxima aos níveis atuais durante o restante de 2025, com uma desaceleração esperada para atingir a meta de 2% apenas no primeiro trimestre de 2026. Essa previsão reflete um cenário de moderação dos preços, mas com uma trajetória gradual para alcançar a estabilidade desejada pelo Banco Central Europeu.
Conclusão
A inflação da zona do euro em fevereiro trouxe um alívio para os mercados e diminuiu as preocupações de que a alta dos preços pudesse influenciar as decisões futuras do BCE. No entanto, a decisão sobre cortes de juros ainda depende de fatores externos e da evolução econômica. Com o BCE cauteloso e focado em reunir mais dados antes de tomar decisões, as expectativas de cortes graduais nas taxas de juros até o meio do ano e no segundo semestre indicam que a política monetária continuará a se ajustar às condições econômicas em constante mudança.