Disputa interna: Eduardo e Flávio Bolsonaro querem vaga de vice em chapa com o pai
A movimentação política em torno do ex-presidente Jair Bolsonaro já começou a esquentar nos bastidores, mesmo antes da definição oficial sobre sua elegibilidade para disputar as eleições presidenciais de 2026. Entre os aliados mais próximos, uma disputa interna tem chamado a atenção: os próprios filhos do ex-presidente, Eduardo Bolsonaro e Flávio Bolsonaro, estariam concorrendo para ocupar a vaga de vice na possível chapa encabeçada pelo pai.
Eduardo e Flávio: estratégias e perfis diferentes
Ambos os filhos de Bolsonaro desempenham papéis importantes no cenário político nacional e têm perfis distintos que podem influenciar a escolha do vice.
- Eduardo Bolsonaro (PL-SP) é deputado federal e tem uma forte ligação com a ala mais ideológica da direita, sendo um dos principais nomes do bolsonarismo nas redes sociais e um articulador de alianças internacionais com grupos conservadores, como nos Estados Unidos e na Europa. Seu nome é defendido por setores mais radicais do movimento bolsonarista, que veem nele a continuidade da postura combativa do pai.
- Flávio Bolsonaro (PL-RJ), senador e mais alinhado ao setor político tradicional, tem uma abordagem mais pragmática e conciliadora. Seu nome é defendido por aqueles que acreditam que uma chapa mais moderada pode ampliar a base de apoio e melhorar a viabilidade eleitoral do ex-presidente, especialmente em eventuais negociações com o Centrão.
O papel de Michelle Bolsonaro
Além da disputa entre os filhos, outra peça importante nesse xadrez é Michelle Bolsonaro, que se consolidou como uma das principais figuras do bolsonarismo. Líder do PL Mulher, Michelle já foi cotada como possível candidata em 2026, mas a estratégia de sua participação na campanha ainda não está clara. Há quem defenda que ela seja a vice para atrair o eleitorado feminino e evangélico, setores fundamentais para o bolsonarismo.
Obstáculos jurídicos e cenário eleitoral
Apesar das movimentações políticas, Bolsonaro ainda enfrenta uma inelegibilidade imposta pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até 2030. Caso essa decisão não seja revertida, ele não poderá concorrer em 2026, o que abriria espaço para outro nome da família ou um aliado disputar a presidência com seu apoio.
O cenário eleitoral ainda está indefinido, mas a movimentação dentro do clã Bolsonaro revela que a disputa pelo protagonismo dentro do próprio grupo já começou. Resta saber qual será a estratégia final e se a candidatura de Bolsonaro se concretizará ou se a família precisará apostar em outro nome para representá-lo nas urnas.