Alcolumbre destina R$ 15 milhões a ONG ligada a seu assessor e gera polêmica
O senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) voltou a ser alvo de críticas após a revelação de que destinou R$ 15 milhões em emendas parlamentares para um projeto de uma ONG que tem ligações diretas com um de seus assessores. O caso levanta dúvidas sobre a destinação de recursos públicos e reacende o debate sobre a transparência no uso das chamadas emendas de relator, conhecidas como o “orçamento secreto”.
A polêmica das emendas e a ligação com a ONG
A entidade beneficiada pelos recursos tem entre seus responsáveis um assessor próximo de Alcolumbre, que trabalha diretamente com o senador. A ONG, que atua na área de projetos sociais no Amapá, teria recebido os repasses para desenvolver ações no estado, mas especialistas e opositores questionam a legalidade e a ética da operação.
A principal crítica gira em torno do fato de que os repasses de emendas parlamentares devem beneficiar a população de forma ampla e impessoal, sem favorecer entidades com vínculos diretos com políticos ou seus auxiliares. A proximidade entre a ONG e o assessor levanta suspeitas de possível direcionamento indevido dos recursos.
Alcolumbre nega irregularidades
Em resposta às críticas, a equipe do senador negou qualquer irregularidade e afirmou que o repasse seguiu todas as normas legais. Segundo Alcolumbre, a ONG foi selecionada dentro dos critérios técnicos estabelecidos para receber os valores e tem histórico de atuação no estado.
Apesar da defesa do senador, a polêmica reacende os debates sobre o uso das emendas parlamentares e os critérios de escolha das entidades beneficiadas. Nos últimos anos, o Congresso tem sido pressionado a aumentar a transparência na distribuição de recursos, especialmente após as denúncias envolvendo o “orçamento secreto”, que movimentou bilhões sem uma prestação de contas clara.
Próximos passos e investigação
Diante da repercussão do caso, parlamentares da oposição já indicaram que pretendem cobrar explicações formais sobre a destinação dos recursos. Caso sejam encontradas irregularidades, o caso pode resultar em uma investigação por órgãos de controle, como o Ministério Público e a Controladoria-Geral da União (CGU).
Enquanto isso, a polêmica adiciona mais um capítulo ao histórico de Alcolumbre, que já enfrentou críticas anteriores sobre sua atuação na presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e no controle da distribuição de emendas parlamentares. O caso promete movimentar o cenário político e ampliar o debate sobre a transparência no uso do dinheiro público.