Taxa de juros bancários média alcança 42,3% ao ano, conforme aponta o BC
O Banco Central divulgou, nesta quinta-feira (13), que a taxa média de juros cobrada pelos bancos em operações de crédito livre para pessoas físicas e jurídicas no Brasil atingiu 42,3% ao ano em janeiro de 2025. Esse aumento de 1,6 ponto percentual em comparação com o mês anterior reflete a continuidade do cenário de juros altos no país.
Crescimento nas Operações de Crédito para Pessoas Físicas e Jurídicas
O crédito para pessoas físicas, que representa a maior parte da carteira de crédito, registrou um aumento de 1,2% em janeiro, totalizando R$ 4 trilhões. Em contraste, as operações de crédito para empresas sofreram uma redução de 1,8%, com o saldo atingindo R$ 2,5 trilhões. Essa diminuição no crédito voltado às pessoas jurídicas pode ser um reflexo de uma demanda mais cautelosa por empréstimos no setor empresarial, dada a alta nas taxas de juros.
Taxa de Juros para Empresas: Aumento de 2,5 pontos percentuais
Em relação ao crédito empresarial, a taxa média de juros subiu para 24,2% ao ano, o que representou um aumento de 2,5 pontos percentuais no mês e de 1,7 ponto percentual nos últimos 12 meses. O impacto das taxas mais altas, especialmente no crédito rotativo do cartão de crédito e nas linhas de capital de giro, tem sido um fator de pressão tanto para consumidores quanto para empresas.
Expansão do Crédito no Sistema Financeiro Nacional (SFN)
O Sistema Financeiro Nacional (SFN) como um todo observou uma expansão no crédito de 11,7% nos últimos 12 meses, ligeiramente superior ao crescimento de 11,5% registrado no mês anterior. Esse aumento foi impulsionado, principalmente, pelo crescimento no crédito rotativo do cartão de crédito, bem como nas linhas de capital de giro, tanto com prazos de até 365 dias quanto acima desse período.
Estabilidade no Saldo das Operações de Crédito
Apesar do aumento nas taxas de juros, o saldo total das operações de crédito no Brasil se manteve estável em janeiro, em comparação com o mês de dezembro, permanecendo em R$ 6,5 trilhões. Isso sugere uma continuidade nas operações de crédito, mas com um aumento no custo financeiro para tomadores de empréstimos.
Conclusão
A alta nas taxas de juros continua a afetar tanto o crédito ao consumidor quanto o crédito empresarial, com o impacto mais evidente nas operações de crédito de curto prazo, como o crédito rotativo e o capital de giro. O aumento da taxa de juros reflete a postura do Banco Central em controlar a inflação, mas também coloca uma pressão adicional sobre o setor empresarial e os consumidores. A expectativa é de que, com a inflação controlada, o cenário para o crédito no país possa se ajustar, mas, por enquanto, os juros elevados devem continuar a ser um desafio para quem busca crédito no Brasil.