Durante uma entrevista, Bolsonaro fez um gesto direcionado a Kassab em apoio ao PL da Anistia
O Partido Liberal (PL) segue em busca de apoio dentro do centrão para garantir a aprovação de seu projeto que concede anistia aos envolvidos no ataque às sedes dos Três Poderes, ocorrido em 8 de janeiro de 2023. Em meio a essa articulação, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fez um gesto simbólico de aproximação com o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, um dos políticos que tem sido alvo constante de críticas por parte dos bolsonaristas.
Encontro e Sinalização de Diálogo
Após se reunir pessoalmente com o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, Bolsonaro se dirigiu a jornalistas e comentou de forma descontraída o reencontro. O ex-presidente afirmou que “deu um abraço” e “bateu um papinho” com o dirigente partidário do PSD, enfatizando a convivência amistosa apesar das divergências políticas no passado recente.
Esse gesto de Bolsonaro surge em um momento crucial da articulação política para a aprovação do projeto de anistia. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), liberou recentemente o ex-presidente Bolsonaro e Valdemar Costa Neto para manterem encontros presenciais, após a defesa de Costa Neto solicitar autorização judicial. Diferente de Bolsonaro, Costa Neto não foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República nas investigações sobre a trama golpista que envolveu os atos de janeiro de 2023.
A Dificuldade de Aprovar o Projeto
O projeto de anistia encontra resistência dentro de alguns setores da direita, principalmente nas alas mais moderadas. Partidos como o Republicanos, o PP, o PSD e o União Brasil têm demonstrado cautela, com figuras chave dentro dessas legendas, como o presidente do PSD, Gilberto Kassab, e o presidente do União Brasil, Antônio Rueda, sendo consultados por Bolsonaro em busca de apoio.
O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), está à frente das negociações na Casa, tentando ampliar o suporte à proposta. No entanto, o projeto enfrenta desafios, principalmente em relação ao impacto que pode ter nas alianças políticas dentro do Congresso, e no possível desgaste nas relações com setores que têm uma posição mais rígida sobre os eventos de 8 de janeiro.
Busca por Mais Apoios no Centrão
Além de Kassab, Bolsonaro também procura o apoio de outros líderes do centrão, como o senador Ciro Nogueira (PP) e o presidente do União Brasil, Antônio Rueda. Esses esforços visam garantir a viabilidade do projeto de anistia, que, se aprovado, representaria uma mudança significativa no tratamento jurídico dos envolvidos nos ataques de 2023.
Conclusão
A articulação do PL com o centrão reflete a complexidade política do momento. Embora o apoio de figuras chave do centrão seja fundamental para a aprovação do projeto de anistia, as resistências dentro da própria direita e as dificuldades em obter o consenso necessário para a sua aprovação demonstram que o caminho ainda está longe de ser traçado com certeza. A aproximação de Bolsonaro com líderes de partidos como o PSD e o União Brasil pode ser uma tentativa estratégica de superar essas barreiras, mas a disputa política e as tensões internas no Congresso indicam que o desfecho desse processo será um tema central nas discussões políticas dos próximos meses.