Economia

A inflação ao consumidor nos Estados Unidos desacelera em fevereiro

O Departamento do Trabalho dos Estados Unidos revelou que a inflação ao consumidor registrou um aumento menor do que o esperado em fevereiro, com os preços subindo 0,2% no mês, após uma alta de 0,5% em janeiro. No entanto, analistas alertam que essa desaceleração pode ser temporária, considerando o cenário de tarifas agressivas, principalmente sobre importações, que podem elevar os custos no futuro próximo.

Inflação do consumidor desacelera em fevereiro

Em fevereiro, os preços ao consumidor nos Estados Unidos avançaram 0,2%, refletindo uma desaceleração em relação à alta de 0,5% registrada em janeiro, conforme dados divulgados pelo Departamento do Trabalho. Em termos anuais, o índice subiu 2,8%, o que é uma leve desaceleração em relação aos 3,0% de janeiro.

Embora esse número tenha ficado abaixo das previsões de economistas, que esperavam um avanço de 0,3% na base mensal e 2,9% no acumulado anual, ele ainda permanece acima da meta de 2% do Federal Reserve, o que sugere que a inflação não está totalmente controlada.

Tarifas comerciais e efeitos sobre os preços

A desaceleração no ritmo da inflação pode ser temporária, já que o cenário econômico dos Estados Unidos está sendo impactado pelas novas tarifas impostas pelo presidente Donald Trump. Em fevereiro, Trump aumentou as tarifas sobre os produtos chineses, além de aplicar uma nova taxa de 25% sobre as importações do Canadá e do México. Embora tenha feito uma exceção temporária para alguns produtos, essas tarifas podem resultar em aumento de preços em uma gama de produtos no futuro próximo.

Além disso, as tarifas sobre aço e alumínio, que entraram em vigor nesta semana, provocaram uma reação rápida da União Europeia, e as perspectivas de aumento nos preços seguem pressionando os consumidores.

Expectativas de inflação em alta

As expectativas de inflação por parte dos consumidores também aumentaram em fevereiro, o que levanta preocupações sobre o impacto de uma inflação persistente. Stephen Juneau, economista do Bank of America Securities, destacou que, se os preços continuarem a ficar acima da meta do Federal Reserve por um longo período, mesmo que devido a fatores temporários como as tarifas, isso pode desancorar as expectativas de inflação para cima, tornando muito mais difícil para o Fed restaurar a estabilidade dos preços.

Índice excluindo alimentos e energia também apresenta alta

Excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, o índice de preços subiu 0,2% em fevereiro, após um aumento de 0,4% em janeiro. Quando analisado em termos anuais, o núcleo da inflação, que exclui essas categorias, aumentou 3,1%, ligeiramente abaixo dos 3,3% registrados em janeiro. Isso sugere que a pressão inflacionária ainda persiste em várias áreas da economia, principalmente em produtos que não estão diretamente ligados aos preços dos alimentos e energia.

Perspectivas para o futuro

Após a aplicação das novas tarifas, economistas revisaram suas previsões de inflação. O Goldman Sachs, por exemplo, espera que o núcleo do índice de preços ao consumidor (PCE) aumente de 2,65% em janeiro para cerca de 3% até o final de 2025. Essa revisão foi feita considerando os impactos das tarifas e o aumento esperado nos custos de diversos produtos.

Conclusão

Apesar da desaceleração da inflação em fevereiro, as perspectivas para o futuro permanecem incertas. O impacto das tarifas comerciais, junto com o aumento das expectativas inflacionárias, coloca o Federal Reserve em uma posição desafiadora. O Fed deve manter a taxa de juros de referência entre 4,25% e 4,50%, mas há uma expectativa crescente de que o banco central retome os cortes de juros em junho, em resposta ao enfraquecimento das perspectivas econômicas. A pressão sobre os preços pode continuar, tornando a política monetária uma ferramenta crucial para lidar com as consequências dessa inflação persistente.

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