Marina Silva afirma que a população dos Estados Unidos cobrará um alto preço por uma visão negacionista
Em entrevista ao programa Roda Viva da TV Cultura, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, declarou que os Estados Unidos pagarão um alto preço devido à postura negacionista em relação às mudanças climáticas, especialmente promovida pelo ex-presidente Donald Trump. A ministra destacou que essa visão está gerando impactos profundos, não só no meio ambiente, mas também na própria sociedade americana, que já sente os efeitos extremos do clima.
Segundo Marina Silva, os fenômenos climáticos extremos, como furacões, secas e incêndios, são claros sinais de que o enfrentamento das mudanças climáticas exige uma ação global coordenada, através de esforços multilaterais. “A população americana vai cobrar muito caro dessa visão negacionista, pois está sofrendo na pele os efeitos dos extremos climáticos, assim como todos nós”, afirmou.
Consequências da Retirada do Acordo de Paris
Em sua análise, a ministra também mencionou o impacto negativo da decisão de Trump de retirar os Estados Unidos do Acordo de Paris, uma medida que, segundo ela, gerou um “prejuízo muito grande” tanto para o país quanto para o mundo. A ausência dos EUA no acordo enfraquece o esforço internacional para mitigar as mudanças climáticas, além de desestimular investimentos climáticos, o que preocupa a ministra.
Apesar disso, Marina Silva expressou esperança de que estados americanos governados pelo Partido Democrata continuem a realizar investimentos no combate às mudanças climáticas, independentemente da postura do governo federal sob Trump.
Empresas Abandonam Práticas de ESG: Um Retrocesso
A ministra também alertou para o movimento crescente de empresas que estão se afastando de práticas ambientais, sociais e de governança, conhecidas como ESG (Environmental, Social, and Governance). Marina destacou que muitas corporações e instituições financeiras têm abandonado compromissos em relação ao financiamento de projetos que buscam mitigar os impactos das mudanças climáticas, o que representa mais um retrocesso significativo na luta contra a crise ambiental.
A Necessidade de Reforçar o Multilateralismo
Em sua conclusão, Marina Silva reiterou a importância do multilateralismo no combate às mudanças climáticas, ressaltando que é fundamental que países como o Brasil, a África do Sul, a Índia, a China e a União Europeia continuem a trabalhar em conjunto. “É preciso um esforço ainda maior para que o multilateralismo prevaleça”, concluiu.
Conclusão
A declaração de Marina Silva sublinha a importância da ação coletiva e do compromisso global para enfrentar as mudanças climáticas. As atitudes de países como os Estados Unidos, especialmente sob uma liderança que nega os fatos científicos sobre o clima, podem ter repercussões devastadoras para o futuro do planeta. A ministra reitera que apenas com esforços coordenados e multilaterais será possível mitigar os impactos dessa crise, e destaca o papel das empresas e das instituições financeiras na construção de um futuro mais sustentável.
