Esporte

Clubes da Concacaf já participaram da Libertadores, e agora brasileiros estão fora da Conmebol?

A sugestão da presidente do Palmeiras, Leila Pereira, de trocar a filiação da Conmebol pela Concacaf (Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caribe) gerou grande repercussão. A proposta é uma reação à recente punição considerada branda imposta pela Conmebol ao clube Cerro Porteño, após um caso de racismo contra o jogador Luighi. Se a ideia for concretizada, seria uma mudança inédita na história do futebol sul-americano. Contudo, é importante lembrar que já houve um movimento contrário no passado: os clubes mexicanos, por exemplo, participaram da Copa Libertadores, torneio da Conmebol, durante 18 anos.

Mexicanos na Libertadores: Uma História de Participação e Conflitos

Entre 1998 e 2016, os clubes do México, pertencentes à Concacaf, competiram na Copa Libertadores. Essa inclusão gerou debates e, em alguns momentos, disputas de interesse entre as duas entidades. O México foi convidado a integrar a Libertadores, com 18 clubes do país participando da competição durante esse período. Contudo, existia uma regra específica: se um time mexicano fosse campeão da competição, ele não poderia representar a Libertadores no Mundial de Clubes da FIFA, uma vez que a vaga nesse torneio já era garantida para o vencedor da Concacaf.

O Cruz Azul foi o primeiro time mexicano a disputar uma final de Libertadores, em 2001, onde perdeu para o Boca Juniors. Em edições subsequentes, times como Chivas Guadalajara e Tigres também chegaram à final, mas não conseguiram conquistar o título, sendo derrotados por Internacional e River Plate, respectivamente.

A Retirada dos Mexicanos e o Desentendimento com a Conmebol

A partir de 2017, a presença dos clubes mexicanos na Libertadores foi interrompida. A decisão de retirar os times do país da competição foi resultado de divergências entre a Conmebol e a Concacaf, especialmente após mudanças implementadas pela Conmebol, como a extensão do torneio até dezembro e alterações no sistema de distribuição de vagas. Os clubes mexicanos, insatisfeitos com essas modificações, decidiram se afastar da competição sul-americana.

A Proposta de Leila Pereira e o Impacto no Futuro do Futebol Sul-Americano

Agora, a ideia de Leila Pereira de sugerir uma mudança de filiação para a Concacaf traz à tona a discussão sobre a relação entre as confederações e os clubes sul-americanos. Embora seja uma proposta radical, a proposta tem raízes em uma insatisfação com a forma como a Conmebol tem lidado com questões importantes, como a punição a clubes envolvidos em casos de discriminação racial. No entanto, mudar a afiliação de um clube ou de uma federação de uma confederação para outra pode ter implicações complexas, tanto no cenário esportivo quanto no regulatório.

Conclusão

Embora a ideia de Leila Pereira seja um protesto contra decisões recentes da Conmebol, ela também resgata um capítulo histórico do futebol sul-americano, no qual os clubes mexicanos estiveram presentes na Libertadores. A mudança de filiação, caso fosse efetivada, seria um marco significativo e poderia alterar as dinâmicas das competições continentais. No entanto, a retirada dos mexicanos da Libertadores em 2017 serve de alerta sobre os desafios que as federações enfrentam ao tentar equilibrar interesses comerciais, esportivos e políticos no futebol.

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