Economia

Embora os preços dos alimentos tenham aumentado, a Fecomercio aponta que o custo de vida desacelerou em São Paulo

O custo de vida na Região Metropolitana de São Paulo registrou um leve aumento de 0,06% em janeiro de 2025, conforme dados da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). Embora tenha sido uma alta modesta, esse índice representa a menor variação para o mês desde 2018, quando o aumento foi de 0,05%. A desaceleração em relação ao aumento de 0,7% registrado em dezembro de 2024 é um sinal de que a inflação, apesar de presente, tem mostrado um comportamento mais ameno.

Alimentos Ainda Pressionam, Mas Alívio no Preço da Energia Elétrica

Apesar da leve alta no custo de vida, a pesquisa aponta que os alimentos continuam a ser um dos principais responsáveis pela pressão no orçamento das famílias. O grupo de alimentos e bebidas teve uma elevação significativa de 0,42%, com alguns itens registrando aumentos expressivos, como o café moído (8,8%), o tomate (18,9%) e a cenoura (16,8%).

Porém, um fator que contribuiu para aliviar um pouco a situação foi a queda nos preços da energia elétrica. A redução na conta de luz proporcionou um alívio, especialmente para as famílias de renda mais baixa, que sentiram a diminuição nos custos em janeiro. A FecomercioSP destaca que esse alívio foi temporário e resultado de uma diminuição pontual no preço da energia, o que não reflete uma mudança estrutural no cenário econômico.

Impacto nas Classes Sociais: Diferenças no Custo de Vida

O levantamento da FecomercioSP também revelou variações no custo de vida entre as diferentes classes sociais. As classes de baixa renda, especialmente as classes E (-0,17%) e D (-0,13%), foram as que mais se beneficiaram da redução nas despesas com habitação e energia elétrica. Em contrapartida, as classes A (0,25%) e B (0,16%) registraram aumentos mais expressivos no custo de vida, superando a média geral. A classe C teve uma variação próxima à média.

O grupo de habitação teve uma queda de 2,63%, o que foi fundamental para ajudar as famílias de menor renda a experimentarem uma desaceleração no aumento do custo de vida, em comparação com as classes mais altas.

Expectativa de Inflação Maior em Fevereiro

Embora o custo de vida tenha apresentado um comportamento mais moderado em janeiro, a FecomercioSP alerta para uma possível alta nos próximos meses. A previsão é de que a inflação seja mais elevada em fevereiro, com os preços dos alimentos e dos combustíveis – especialmente a gasolina e o óleo diesel – registrando novos ajustes para cima.

Conclusão

A leve alta no custo de vida na Região Metropolitana de São Paulo em janeiro foi marcada por um alívio temporário proporcionado pela redução nos custos com energia elétrica, beneficiando principalmente as famílias de baixa renda. No entanto, a FecomercioSP alerta que a estabilização observada neste mês não deve ser encarada como uma tendência de longo prazo. Com o ajuste nos preços dos combustíveis e a pressão contínua sobre os alimentos, a inflação tende a crescer novamente em fevereiro, o que pode afetar de forma mais acentuada os consumidores.

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