Bolsas de Wall Street registram queda após Trump anunciar tarifas para México e Canadá
Os principais índices de ações dos Estados Unidos encerraram o pregão desta segunda-feira, 3 de março, em forte queda, em meio às preocupações dos investidores com os impactos das novas tarifas de importação anunciadas por Donald Trump e com indicadores econômicos que sinalizam fraqueza no setor industrial.
Desempenho negativo nos índices principais
A Nasdaq foi o índice que registrou a maior queda, com uma redução de 2,64%. Empresas de grande porte, como Nvidia e Amazon, sofreram perdas expressivas, com recuos de 8,69% e 3,42%, respectivamente. O índice S&P 500 também teve uma queda significativa, de 1,76%, e o Dow Jones não ficou atrás, fechando o dia com uma queda de 1,48%.
Tarifas e incertezas no horizonte
O fator principal por trás da queda das bolsas foi o anúncio de que, a partir de amanhã, entrarão em vigor tarifas de 25% sobre produtos importados do México e Canadá. Inicialmente anunciadas em fevereiro, essas tarifas haviam sido suspensas por um mês para negociações, mas os investidores não receberam com otimismo a confirmação de sua implementação.
Além disso, o presidente Trump também confirmou o aumento de 10 pontos percentuais na tarifa de 10% sobre produtos da China, elevando o total de tarifas aplicadas a 42% das importações americanas, segundo estimativas do Wells Fargo. Durante o primeiro mandato de Trump, as tarifas haviam afetado cerca de 16% das importações dos EUA.
Expectativas e preocupações com os próximos passos
Os mercados também estão atentos às tarifas adicionais que podem ser impostas nas próximas semanas. No dia 12 de março, devem entrar em vigor tarifas sobre o aço e o alumínio, e no dia 2 de abril, será a vez de tarifas recíprocas e sobre produtos agrícolas. A confirmação dessas tarifas ocorre no mesmo momento em que os dados econômicos dos EUA indicam um enfraquecimento no setor industrial do país, ampliando as preocupações sobre os efeitos negativos da política tarifária de Trump.
Reações de grandes investidores e analistas
O megainvestidor Warren Buffett comentou as tarifas em entrevista à CBS News, chamando-as de “um ato de guerra” e “um imposto sobre bens”. A corretora Charles Schwab também destacou a crescente incerteza gerada pelas políticas de Trump, mencionando que as referências a tarifas em teleconferências corporativas já superaram os níveis registrados durante a guerra comercial de 2018.
A corretora também apontou uma piora do quadro macroeconômico, com a previsão do Federal Reserve de Atlanta de uma contração de 2,8% no Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA no primeiro trimestre deste ano. Como resultado, houve uma mudança de foco por parte dos investidores, que estão se voltando para setores mais defensivos, como o de saúde e o setor financeiro, enquanto os papéis de tecnologia sofreram mais pressão, especialmente devido às incertezas sobre os altos investimentos em inteligência artificial.
Conclusão
O impacto das novas tarifas de Donald Trump, juntamente com os sinais de enfraquecimento da indústria americana, gerou um cenário de grande apreensão nos mercados financeiros. A incerteza quanto à direção da política econômica dos EUA e os efeitos das tarifas na economia global continuam a ser temas de grande discussão, com os investidores agora buscando setores mais seguros para proteger seus investimentos. O próximo período será decisivo para avaliar como as políticas tarifárias de Trump moldarão o futuro da economia americana e global.