Pesquisa aponta queda de 7% na demanda por crédito no Brasil em 2024
A procura por crédito no Brasil registrou uma queda de 7% em 2024, de acordo com o Índice Neurotech de Demanda por Crédito (INDC). No entanto, ao contrário do desempenho geral do ano, dezembro mostrou um crescimento de 6% quando comparado com o mês anterior. Apesar do recuo no acumulado de 2024, os dados apontam que o fim do ano trouxe um alívio para o mercado de crédito, com uma alta significativa de 18% em relação ao mesmo período de 2023, quando o número havia caído 13%. O levantamento foi antecipado ao Broadcast.
Queda nos Setores de Varejo e Financeiro
O recuo de 7% na demanda por crédito em 2024 foi principalmente influenciado pela diminuição no setor de varejo e no segmento financeiro. O varejo, que é um dos segmentos mais impactantes na pesquisa, registrou uma queda de até 20%. O declínio foi especialmente visível em áreas fundamentais para o cotidiano dos brasileiros, como supermercados e vestuário. O setor financeiro também apresentou declínio, com uma retração de 3%.
Entretanto, o segmento de serviços foi a única área a apresentar crescimento, com um aumento expressivo de 30% ao longo do ano. Essa expansão destacou-se no cenário de crédito, e especialistas apontam que o bom desempenho dos serviços pode representar uma base para uma recuperação mais ampla em 2025.
Expectativa de Recuperação no Varejo e Possíveis Perspectivas Positivas para 2025
A responsável pelo INDC, Natália Heimann, analisou que, apesar do cenário desafiador, principalmente com a retração no crédito no setor de varejo, o crescimento contínuo do segmento de serviços aponta para uma possível recuperação. Heimann sugere que, com a retomada do consumo e a recuperação do varejo, 2025 pode ser um ano histórico para a oferta de crédito. A expectativa é de que o setor de varejo, que apresenta impacto significativo na demanda por crédito, tenha um desempenho melhor nos próximos meses.
Taxas de Juros e Seus Efeitos no Crédito
O cenário de crédito apertado está diretamente relacionado ao aumento da taxa Selic, que subiu para 13,25% ao ano em janeiro de 2025, após uma série de elevações nos últimos encontros do Comitê de Política Monetária (Copom). Esse aumento das taxas de juros, iniciado em 2022, tem efeitos diretos sobre o consumo e, consequentemente, sobre a procura por crédito.
Em 2023, a alta constante da taxa Selic e o cenário econômico instável impactaram negativamente o setor de crédito, resultando em uma queda expressiva no INDC. Para 2024, embora o recuo tenha sido menos acentuado do que no ano anterior, as condições econômicas ainda continuam desafiadoras para consumidores e empresas.
Conclusão
Em resumo, 2024 foi um ano de retração na demanda por crédito, principalmente devido ao impacto nos setores de varejo e financeiro, que sofreram com as altas taxas de juros e a instabilidade econômica. No entanto, a resistência do setor de serviços e as expectativas de uma possível recuperação no varejo abrem portas para um cenário mais favorável em 2025. Embora o aumento das taxas de juros continue a ser um fator de pressão, as perspectivas para o próximo ano indicam que a oferta de crédito pode voltar a crescer, possibilitando um ambiente mais positivo para consumidores e empresas no futuro próximo.
