Estados Unidos elevam importações da Turquia para controlar a alta
A escassez de ovos nos Estados Unidos, exacerbada pela propagação da gripe aviária, tem levado o país a explorar alternativas de fornecimento, com a Turquia se destacando como uma importante fornecedora. O país planeja exportar 420 milhões de ovos para os Estados Unidos em 2024, o maior volume da história, como resultado da crise no setor avícola norte-americano. Essa movimentação ocorre no momento em que mais de 140 milhões de aves poedeiras nos EUA foram afetadas pela doença desde 2022, elevando o preço dos ovos e criando uma pressão significativa sobre o mercado.
Impacto da Gripe Aviária e Escassez de Ovos
A gripe aviária tem causado a morte de milhões de aves poedeiras nos Estados Unidos, o que resultou em uma queda significativa na produção de ovos. Só em novembro e dezembro de 2023, aproximadamente 17 milhões de aves foram perdidas. Como consequência, o preço dos ovos disparou, com uma dúzia de ovos grandes de grau A custando uma média de US$ 4,95 em janeiro deste ano, segundo o Bureau of Labor Statistics.
Diante desse cenário, empresas como Costco, Trader Joe’s e Waffle House têm adotado medidas para conter a alta, como limitar a compra de ovos por cliente e cobrar uma sobretaxa por unidade. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) prevê que o preço dos ovos possa subir ainda mais, com uma estimativa de aumento de 20% ao longo de 2024.
Turquia se Destaca como Principal Alternativa de Fornecimento
Com a escassez local, as empresas norte-americanas começaram a buscar fontes alternativas, com a Turquia sendo a única nação que fornece ovos aos Estados Unidos, conforme dados da American Farm Bureau Federation. As exportações turcas para o país norte-americano têm um grande potencial de aliviar a pressão no mercado, embora especialistas apontem que o volume de importações não será suficiente para resolver completamente a escassez. Estima-se que as importações de ovos da Turquia aumentem quase seis vezes em 2024, atingindo 420 milhões de unidades até o fim do ano.
A Turquia, que é o quinto maior exportador mundial de ovos, tem se mostrado uma peça-chave no esforço dos EUA para lidar com a crise. Em 2023, a nação turca exportou ovos no valor de US$ 411 milhões globalmente, com os Estados Unidos recebendo 71 milhões de ovos. O volume deste ano será estimado em US$ 37 milhões, o que representa uma significativa expansão.
Possíveis Soluções de Longo Prazo: Vacinação e Estratégias de Biossegurança
Embora a importação de ovos da Turquia seja uma solução temporária, o futuro da indústria avícola nos EUA dependerá de uma combinação de estratégias. Uma das alternativas que vem sendo considerada é a vacinação das aves contra a gripe aviária, o que pode ajudar a reduzir os impactos da doença. O USDA recentemente aprovou uma licença condicional para uma vacina destinada a galinhas, o que pode ser um passo positivo para mitigar o problema.
Contudo, a vacinação pode gerar desafios adicionais. Alguns produtores de aves temem que a vacinação das aves torne mais difícil a detecção do vírus, e que o mercado global de aves possa ver as aves dos EUA como imunes, o que pode afetar as exportações. Enquanto isso, a Casa Branca está trabalhando em um plano de combate à gripe aviária, com ênfase em biossegurança, medicação e estratégias de contenção.
Conclusão
O aumento das importações de ovos da Turquia pode aliviar a pressão imediata sobre o mercado de ovos nos Estados Unidos, mas especialistas alertam que isso não resolverá a escassez de forma definitiva. A gripe aviária continua a ser uma ameaça significativa para a produção de ovos no país, e será necessário um esforço contínuo em pesquisa, vacinas e políticas de biossegurança para evitar futuros surtos e estabilizar o mercado.
Além disso, os Estados Unidos precisam explorar soluções mais duradouras para mitigar a escassez de ovos e, ao mesmo tempo, garantir a saúde e o bem-estar dos rebanhos avícolas. O foco deverá ser em medidas preventivas e sustentáveis, enquanto o mercado continua a lidar com as consequências da crise atual.