Economia

Diretor do BC afirma que a queda do dólar ainda não é suficiente para resolver a inflação

O diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Nilton David, afirmou nesta sexta-feira (21), durante evento do Bradesco BBI, que a recente movimentação no câmbio, especialmente o fortalecimento do dólar no fim de 2024 e sua posterior perda de força em 2025, não resolve, por si só, os problemas econômicos, principalmente no combate à inflação. Segundo David, embora o câmbio flutuante seja uma característica do Brasil, a atuação do BC deve ser cautelosa e focada em tendências mais profundas, não em flutuações momentâneas.

Ações do Banco Central e Câmbio Flutuante

David explicou que, embora o dólar tenha se valorizado consideravelmente em relação ao real no final de 2024, e perdido força neste início de 2025, esse movimento foi mais global do que local, com fatores externos influenciando significativamente o mercado cambial. O diretor enfatizou que o Banco Central não pode imaginar que o problema da inflação está resolvido após algumas semanas de variações no preço da moeda, e que o foco deve ser a tendência e não os ruídos.

“Nosso papel é separar o que é ruído do que é tendência”, disse David, alertando para a complexidade da situação. Ele destacou que, embora o câmbio esteja historicamente valorizado, isso não deve ser visto como uma solução definitiva para os desafios econômicos.

Intervenções do Banco Central: Sem Objetivo de Preço Artificial

Responsável pelas decisões de intervenção cambial, Nilton David destacou que o BC não busca um patamar específico para o valor do dólar, pois a política monetária brasileira adota o câmbio flutuante. O objetivo da autarquia, segundo ele, é garantir a estabilidade do mercado sem criar distorções artificiais.

“Intervimos quando identificamos disfuncionalidades no mercado, mas não temos intenção de estabelecer um preço artificial para o câmbio”, afirmou o diretor.

Sem Metas Definidas para Reservas Internacionais

Outro ponto abordado por David foi o manejo das reservas internacionais do Brasil. O diretor deixou claro que não há um valor ou uma meta específica para o montante de reservas que o BC considera ideal, afirmando que o foco é garantir a segurança econômica do país sem se prender a parâmetros rígidos.

Conclusão

A declaração de Nilton David reflete a postura cautelosa do Banco Central diante da atual flutuação do câmbio e sua relação com o combate à inflação. Embora o BC esteja atento às movimentações do mercado, a autoridade monetária não se deixa levar por variações momentâneas e permanece focada na análise das tendências a longo prazo. O desafio continua sendo controlar a inflação sem criar distorções no mercado cambial e financeiro.

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