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Advogado afirma que denúncia não envolve crimes cometidos por Braga Netto

O advogado de defesa do general Walter Braga Netto, José Luis Oliveira Lima, se manifestou publicamente nesta quarta-feira (19) em entrevista, reagindo à denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra seu cliente. Segundo Lima, a acusação não descreve de maneira clara os crimes supostamente cometidos por Braga Netto e, por isso, ele acredita que a denúncia carece de fundamentos.

A defesa de Braga Netto: acusação sem base

Lima criticou duramente a denúncia oferecida pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, classificando-a como “fantasiosa” e sem provas claras. “A denúncia não descreve de que forma, como, quando, quais foram os atos criminosos praticados pelo meu cliente. E ela não diz isso porque não ocorreu”, afirmou o advogado, negando qualquer envolvimento do general em atos ilícitos.

O advogado também destacou a longa carreira do general, com mais de 42 anos de serviço no Exército Brasileiro, e reforçou que a acusação não irá manchar a sua reputação. “Essa denúncia fantasiosa não irá manchar a reputação desse homem”, disse Lima, defendendo a seriedade do general e afirmando que o processo possui conotações políticas. O advogado ainda se mostrou confiante no Supremo Tribunal Federal (STF), acreditando que, em momento oportuno, a Corte tomará as decisões adequadas.

Quebra de sigilo da delação de Mauro Cid

Outro ponto abordado por Lima foi a recente decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, de retirar o sigilo da delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Lima criticou a demora no acesso às informações, afirmando que, após mais de 60 dias da prisão de seu cliente, as defesas só agora terão acesso aos detalhes da delação, o que ele considera um processo “surreal”. “É importante que se diga que só hoje, com mais de 60 dias que o meu cliente foi preso, é que as defesas vão ter acesso a essas informações”, concluiu o advogado.

A denúncia e os próximos passos legais

A denúncia apresentada pela PGR faz parte de uma investigação que aponta um suposto esquema golpista com o objetivo de manter Jair Bolsonaro (PL) no poder após sua derrota nas eleições de 2022. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, denunciou 34 pessoas envolvidas na trama, incluindo Braga Netto, e encaminhou a denúncia para o Supremo Tribunal Federal (STF).

Após o recebimento da denúncia, o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF, dará um prazo de 15 dias para a defesa de Bolsonaro apresentar suas contestações. Caso existam contestações, a PGR terá cinco dias para responder. Não há prazo específico para que o ministro Moraes faça sua análise. Caso o caso seja considerado apto para julgamento, a denúncia será submetida à Primeira Turma do STF, que decidirá se transforma os denunciados em réus ou não.

Conclusão

As declarações do advogado de Braga Netto refletem as tensões em torno da denúncia e do andamento da investigação, com a defesa alegando falta de fundamentação e questionando os procedimentos legais. A expectativa agora é para os próximos passos no STF, onde o processo será avaliado mais detalhadamente.

Em um momento delicado para a política brasileira, com a polarização crescente, o desfecho desse caso poderá ter implicações significativas para os envolvidos e para o cenário político atual. A pressão sobre o STF será grande, e a análise da denúncia e das defesas deve influenciar não só o futuro de Braga Netto e dos demais denunciados, mas também o rumo das investigações relacionadas ao governo Bolsonaro e suas possíveis implicações para a democracia no Brasil.

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