Lula busca recuperar popularidade com estratégias repetidas
Medo e pressa raramente levam a boas decisões, e o atual governo está cercado por ambos. Publicamente, membros da administração admitem que a queda na popularidade gera preocupação com o desempenho nas próximas eleições e que essa situação precisa ser revertida rapidamente.
Mas como? Até agora, a estratégia tem sido repetir velhas fórmulas. O presidente aposta que, ao colocar mais dinheiro em circulação, a economia ganhará fôlego. Por isso, há um esforço renovado para avançar com a isenção do imposto de renda para quem ganha até cinco mil reais, além do estímulo ao crédito.
Outro ponto central tem sido o controle sobre estatais, utilizadas como instrumentos políticos. Hoje, ele voltou a defender que a petroleira venda combustível diretamente para grandes consumidores, argumentando que a população sofre com a intermediação.
Falar diretamente ao povo tem sido a tática previsível para tentar recuperar apoio — sem sucesso até agora.
Descrito até por aliados próximos como isolado e distante da realidade, o presidente gerou polêmicas com declarações que se voltaram contra ele próprio, como ao sugerir que as pessoas simplesmente não comprem produtos caros.
Outra frente dessa tentativa de recuperar apoio tem sido a negociação de cargos e ministérios com partidos políticos do Congresso. No entanto, essa estratégia também não tem surtido efeito. Os parlamentares conquistaram mais controle sobre o orçamento e já não dependem tanto de ministérios, tornando essa moeda de troca menos valiosa.
Além disso, há um fator ainda mais preocupante para o governo: a crescente fadiga com a repetição das mesmas fórmulas.