Governo Lula considera reabrir investigação sobre a morte de Juscelino Kubitschek
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a Comissão sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP), vinculada ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), estão avaliando a reabertura da investigação sobre a morte do ex-presidente Juscelino Kubitschek, ocorrida em 1976. O caso, inicialmente tratado como acidente de trânsito, continua sendo cercado de controvérsias desde a ditadura militar. Agora, novas evidências levantam dúvidas sobre a versão oficial.
A CEMDP realizará uma audiência pública sobre o assunto nesta quinta-feira (13) e, na sexta-feira (14), discutirá a possibilidade de reconhecer novos casos de mortes e desaparecimentos durante o regime militar.
A expectativa é de que a Comissão aprove o envio de novos pedidos de reconhecimento, incluindo o caso de JK. O ex-presidente e o motorista dele, Geraldo Ribeiro, sofreram o acidente no início da noite de 22 de agosto de 1976, quando o Opala em que viajavam, na Via Dutra, em direção ao Rio de Janeiro, invadiu a pista oposta e colidiu com uma carreta. Ambos morreram no local.
Na época, as investigações conduzidas pelo regime concluíram que o carro foi atingido por um ônibus antes de colidir com a carreta. No entanto, apurações mais recentes indicaram a possibilidade de sabotagem mecânica, intoxicação ou até mesmo um disparo contra o motorista, o que sugere a hipótese de um atentado político contra Kubitschek.
Essas novas investigações trouxeram mais incertezas, especialmente após o depoimento do motorista do ônibus envolvido, que alegou ter sido subornado para assumir a culpa pelo acidente.
Além disso, a falta de exames toxicológicos no motorista e de buscas mais aprofundadas na época reforçam a suspeita de que o caso tenha sido mal investigado.