Economia

Sob a gestão de Lula, o Bolsa Família registrou queda em 3 mil municípios e reduziu em 1 milhão o número de beneficiários

Desde o início do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Bolsa Família sofreu uma queda significativa no número de beneficiários. De dezembro de 2022 a janeiro de 2025, cerca de 1,1 milhão de pessoas foram removidas do programa. Este movimento, conforme dados disponibilizados pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social (MDS), reflete a implementação de um “pente-fino” no benefício, visando a identificação de pagamentos indevidos e fraudes no sistema.

Impacto nas Cidades Brasileiras

A redução dos beneficiários do Bolsa Família não ocorreu de maneira uniforme no país. Um levantamento revelou que 61% das cidades brasileiras, ou 3.412 de 5.571 municípios, apresentaram uma diminuição no número de famílias contempladas, comparando com o último mês do governo Bolsonaro. O Rio de Janeiro foi o município com a maior redução em termos absolutos, com 88.305 famílias a menos, representando uma queda de 14%.

Proporcionalmente, a cidade de Braço do Trombudo, em Santa Catarina, registrou a maior diminuição, com uma queda de 70%, de 51 para 15 beneficiários. No entanto, nem todos os municípios apresentaram essa tendência de queda. Manaus, por exemplo, teve um aumento significativo de 15.093 famílias, enquanto Áurea, no Rio Grande do Sul, observou uma elevação de 156% no número de beneficiários.

O Papel do Pente-Fino e os Desafios para o Governo

O “pente-fino” implementado pela gestão de Lula teve como objetivo combater fraudes em programas sociais ligados ao Cadastro Único (CadÚnico). Até o meio de 2024, o MDS identificou 3,7 milhões de fraudes no sistema, o que gerou uma revisão das famílias beneficiadas pelo programa.

Especialistas em contas públicas apontam que o pente-fino é uma medida positiva para assegurar que o benefício chegue a quem realmente precisa. Contudo, há consenso de que o governo ainda tem um longo caminho pela frente no combate a fraudes, especialmente considerando a pressão que o programa exerce sobre o Orçamento federal.

O Impacto no Orçamento e nos Gastos Públicos

O crescimento do Bolsa Família ao longo dos anos, especialmente durante o governo de Jair Bolsonaro, resultou não só em um aumento no número de beneficiários, mas também no valor pago. O programa passou de R$ 200 para R$ 600 por pessoa, gerando um aumento significativo nos gastos públicos.

De 2008 a 2023, o gasto com o Bolsa Família subiu de 0,3% do Produto Interno Bruto (PIB) para 1,5%, o equivalente a R$ 172,5 bilhões. Esse crescimento se tornou uma preocupação para o governo, que busca maneiras de equilibrar os custos do programa com a necessidade de garantir sua efetividade e alcance a quem realmente precisa.

Conclusão

A redução no número de beneficiários do Bolsa Família, impulsionada por um rigoroso processo de revisão, pode ser vista como uma medida necessária para garantir a eficiência do programa e a redução de fraudes. No entanto, os desafios permanecem, especialmente em um contexto de pressão sobre as finanças públicas. A gestão do programa precisará continuar a buscar alternativas para equilibrar os custos com a necessidade de atender a um número significativo de brasileiros em situação de vulnerabilidade social, ao mesmo tempo em que trabalha para aumentar a transparência e a fiscalização do benefício.

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