Múcio recebe críticas e apoio de ambos os lados do espectro político
As declarações do ministro da Defesa, José Múcio, durante sua participação no programa Roda Viva, da TV Cultura, repercutiram tanto na esquerda quanto na direita.
Na entrevista, exibida na segunda-feira (10), Múcio revelou que buscou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para conseguir ser recebido pelos então comandantes das Forças Armadas após o resultado das eleições de 2022. Além disso, defendeu uma “dosimetria” na punição dos envolvidos na invasão dos Três Poderes.
As falas do ministro geraram insatisfação em setores da esquerda. Nos bastidores, deputados do PT defenderam sua demissão, argumentando que ele “representa” os militares dentro do governo. Outros parlamentares evitaram pedir sua saída, mas criticaram suas declarações.
O deputado Carlos Zarattini (PT-SP) classificou as falas como um “equívoco” e ressaltou que já há “muitas provas de que houve uma armação golpista”. Já Rui Falcão (PT-SP) destacou a importância de evitar qualquer interferência militar na política: “A Defesa precisa ajudar a afastar a intervenção dos militares.”
Apesar das críticas, Múcio recebeu apoio dentro da esquerda. O ex-interventor do Distrito Federal, Ricardo Cappelli (PSB), defendeu o ministro, destacando sua difícil missão. “Só Múcio sabe o tamanho da confusão que administra todos os dias. Sua tarefa é garantir a estabilidade nas Forças Armadas”, afirmou Cappelli, atual presidente da ABDI.
Na direita, as declarações do ministro foram vistas de forma positiva. O deputado Ricardo Salles (PL-SP) elogiou sua postura: “Múcio coloca as coisas no devido lugar e ajuda na pacificação do país.”
Dessa forma, as falas do ministro da Defesa dividiram opiniões, evidenciando a complexidade do cenário político e o delicado equilíbrio dentro do governo.